Giro brusco da politica externa argentina

Editado por Martha C. Moya
2016-10-28 15:24:22

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Desde que assumiu o presidência da Argentina, em dezembro do ano passado, Maurício Macri, deu um giro de 180 graus à política exterior do país, ao alinhar-se com os grandes poderes e deixar de lado as aspirações integracionistas que delinearam as ações de seus antecessores: Cristina Fernández e Néstor Kirchner.

Macri propulsa uma aproximação da Aliança do Pacífico e já deu os primeiros passos para sua adesão, ao participar como país observador na cúpula de junho passado realizada em Santiago do Chile por esse bloco próximo dos Estados Unidos e a União Europeia.

Recordemos que as nações membros da Aliança: Chile, Colômbia, Peru e México, assinaram um pacote de Tratados de Livre Comércio com Washington e a União Europeia, o que, na opinião de muitos, prejudica as indústrias locais diante da invasão de produtos estrangeiros, em detrimento dos nacionais.

Alguns dias mais tarde, o presidente argentino embarcou para a Europa visitando a França, a Alemanha e Bruxelas, sede da União Europeia, deixando claras as suas intenções de estreitar os vínculos com esse continente.

Para muitos analistas, Macri enviou mensagem aos principais centros de poder no Ocidente. Sem cortar suas relações com o MERCOSUL, a Argentina está decidida a desmarcar-se e buscar outros parceiros.

A realidade é que Macri não parece disposto a assumir parcerias regionais em benefício dos povos obtidas na última década: UNASUL – União de Nações Sul-Americanas – e CELAC - Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos-.

Como se não bastasse, a partir do MERCOSUL ataca a Venezuela e seu sistema político e social escolhido pelo povo desde 1999.

O ex-chanceler Jorge Taiana julga que o governo de Maurício Macri “está errado” ao promover uma política externa que “despreze o MERCOSUL dando prioridade aos grandes centros de poder, quer sejam econômicos, financeiros, ou políticos”.

Também não podemos esquecer que Macri pactuou com os chamados fundos abutres, colocando em risco a soberania argentina e deitando por terra a firme posição sobre o tema de sua antecessora Cristina Fernández de Kirchner, que sempre se recusou a entregar os recursos naturais de seu país.

Como retrocesso tem sido qualificada, também, a declaração conjunta sobre as ilhas Malvinas, assinada no último 13 de setembro com o Reino Unido e que supõe a entrega da soberania das ilhas a Londres.

O documento cancela todas as medidas e políticas propulsadas pela Argentina para proteger seus recursos naturais.

O governo de Macri também parece que não se preocupa com a base militar instalada nas Malvinas com dois mil efetivos britânicos armados com misseis, navios de guerra, aviões de combate, equipamentos sofisticados e até um submarino nuclear.

O presidente argentino deixou claro quais são seus verdadeiros interesses que apontam para os círculos de poder econômico e financeiro, em detrimento do conseguido em matéria social nos últimos anos e do papel jogado pela Argentina em prol da integração latino-americana.

(28 de outubre)



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