Fidel e Martí juntos na história

Editado por Martha C. Moya
2016-12-04 10:55:52

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Desde as primeiras horas deste domingo, as cinzas do líder histórico da Revolução, Fidel Castro, repousam no cemitério Santa Ifigenia, de Santiago de Cuba, junto aos restos mortais de outros heróis cubanos e do seu mestre e guia José Martí, prócer da independência, de quem foi o mais legítimo de seus seguidores.

Fidel foi um dos que estudou com maior profundidade a obra martiana, e levou à prática suas ideias ao longo do processo revolucionário cubano. Ele afirmou numa ocasião: “Trago no coração as doutrinas do maestro e no pensamento as nobres ideias de todos os homens que defenderam a liberdade dos povos”.

O líder revolucionário considerou Martí o autor intelectual do ataque ao quartel Moncada em 26 de julho de 1953. A ação não teve sucesso do ponto de vista militar, porém, mostrou ao mundo que em Cuba estava viva a chama da luta pela liberdade.

Portanto, não por acaso em seu alegado de autodefesa no julgamento aos sobreviventes do ataque, Fidel mencionou várias vezes o nome do Herói Nacional. Sublinhou que seus princípios o levaram a iniciar a insurreição contra a então ditadura de Fulgencio Batista.

Depois da vitória da Revolução, aplicou uma política de justiça social espelhada no chamado Programa do Moncada. Essas pautas, contidas no discurso de autodefesa de Fidel, texto conhecido como “A História me Absolverá”, se tornaram alicerce do socialismo no país e das medidas tomadas em favor do povo. Também, sustentam a vocação solidária e humanista dos cubanos.

José Martí clamou pela igualdade dos homens e o processo revolucionário em Cuba devolveu a dignidade a todos os cidadãos, acima de credo religioso, raça ou qualquer outro aspecto. Isso fez que esta nação se transformasse em exemplo perante o mundo.

Uma das primeiras ações do governo popular que assumiu o poder em janeiro de 1959, após a derrubada de Batista, foi a campanha nacional de alfabetização. Com isso, saldou-se uma antiga dívida com os segmentos mais humildes. Em 1961, o país foi declarado Território Livre de Analfabetismo.

A partir da vitória revolucionária, todos os cubanos têm o direito de estudar gratuitamente em todos os níveis de ensino, e têm garantido o acesso ao sistema de saúde, à cultura e ao esporte, entre outros direitos.

O espírito latino-americanista de José Martí também foi assimilado por Fidel. O prócer da independência cubana sempre sonhou com uma Pátria Grande, unida. Um século depois, o líder revolucionário retomou essa batalha, já espelhada no Programa do Moncada, ao arvorar a política de solidariedade e integração dos povos da América Latina.

Graças a seu esforço e visão de futuro surgiram mecanismos de integração como a ALBA, Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América, junto ao falecido presidente da Venezuela, Hugo Chávez. A partir de uma posição solidária e humanista, esse bloco incentiva o desenvolvimento das nações desta região.

Também foram levadas à prática iniciativas como a Operação Milagre, encaminhada a facilitar assistência oftalmológica gratuita a pessoas de baixa renda, e o método cubano de alfabetização “Yo sí puedo”, que representaram para milhões de latino-americanos uma mudança positiva em suas vidas.

A partir deste domingo, Fidel Castro descansa em sua querida Santiago de Cuba, junto a José Martí, a quem admirou ao longo de sua vida e de quem afirmara: “Martí é e será guia eterno do nosso povo. Seu legado não caducará jamais”.

(M. J. Arce, 4 de dezembro)



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