Revolução, é nome de mulher

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2017-08-24 14:00:51

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A vitória da Revolução em 1º de janeiro de 1959 e a fundação da Federação de Mulheres Cubanas, a 23 de agosto de 1960, abriram para as mulheres as portas rumo à igualdade de oportunidades e ao desenvolvimento econômico, profissional e social. Aliás, essas garantias não foram dádiva generosa, e sim fruto de uma luta que data de tempos remotos da história deste país.

É inquestionável a contribuição para a libertação definitiva de Cuba de mulheres como Melba Hernandez, Haydée Santamaría, Vilma Espín, Teté Puebla, Celia Sánchez, María Antonio Figueroa, Asela de los Santos, e muitas outras que na guerra e na paz ajudaram a forjar a sociedade de hoje.

Todos conhecem o trabalho que realiza a Federação de Mulheres Cubanas hoje em dia, por isso desejamos homenagear essa instituição mencionando aquelas que, ao longo de mais de século, regaram com seu sangue e sacrifício cada fase da organização.

Começamos com Carlota, uma negra lucúmi, como se chamavam os membros do povo ioruba que foram tirados de sua original Nigéria, para serem vendidos nas colônias espanholas durante o tráfico de escravos.

Carlota liderou, em 1843, uma revolta no engenho Triunvirato, hoje Matanzas, que se espalhou rapidamente por outros lugares como La Concepción, San Miguel e San Rafael, onde as forças coloniais conseguiram conter a sublevação e condenaram sua líder à morte por esquartejamento.

Em homenagem a esta corajosa escrava, a operação de Cuba para defender a independência de Angola, que também desencadeou a libertação de Namíbia e o fim da apartheid na África do Sul, recebeu com toda justiça o nome de Carlota.

Não se passaram muitos anos até que em 10 de Outubro de 1868 o Pai da Pátria, Carlos Manuel de Céspedes, começou, justamente com a libertação de seus escravos, a guerra de independência contra a metrópole espanhola.

Durante a contenda brilharam nomes como a capitã Adela Azcuy, que participou de mais de 40 combates; Isabel Rubio, em cuja casa se conspirava em Pinar del Rio e lutou até sua morte em consequência de feridas recebidas.

As mais altas patentes do Exército Libertador foram entregues a comandante Mercedes Sirven Pérez, organizadora do sistema de abastecimento de medicamentos aos mambises (combatentes pela independência de Cuba). Lugar especial merece Ana Betancourt, que pediu a seu marido, Ignacio Mora que “por mim e por ti, luta pela liberdade”.

Ela foi talvez a primeira que enumerou os direitos que deviam ser garantidos às mulheres durante a Assembleia Constituinte da República em Armas, reunido em Guáimaro, onde nasceu a primeira Constituição de Cuba.

Mariana Grajales incutiu em seus filhos o amor à independência; Maria Cabrales, Amália Simoni e Bernarda Toro, como centenas, milhares até, acompanharam seus maridos na luta. Após uma guerra devastadora, muitas ficaram viúvas e sem famílias, ou obrigadas, como Ana Betancourt, a morrer no exílio.

Estes são os frutos que germinaram com a vitória da Revolução, uma missão que teria sido impossível sem a força, a coragem e a ternura da mulher. (Guillermo Alvarado)



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