Matando a semente

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2017-10-27 12:06:45

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Por Guillermo Alvarado

Especialistas da ONU revelaram que a cada cinco minutos morre uma criança em algum lugar do planeta por causa da violência. Uma informação a mais da assombrosa capacidade de nossa espécie para aniquilar a si mesma, neste caso destruindo a semente que deveria garantir o futuro e a permanência no globo terrestre.

Durante ato realizado no Senado do México, a representante especial do secretário geral da ONU sobre a Violência contra as Crianças, Martha Santos Pais, explicou que no planeta a metade da população infantil é vítima de agressões, tanto no lar, quanto na escola ou na comunidade.

Em muitos casos, os maus tratos provocam a morte dos menores de idade sem que haja mecanismos para prevenir tal situação. O pior é que em ocasiões os meios concebidos para garantir a segurança das vítimas viram armadilhas para os que têm a má sorte de cair nas mesmas.

Poucos se lembram de um caso ocorrido na Guatemala, num centro de acolhida de crianças sem amparo, chamado ironicamente de “lar seguro”, onde uma denúncia contra os maus tratos praticados ali terminou num incêndio que consumiu a vida de mais de 40 meninas.

Apenas alguns funcionários foram indiciados pela tragédia, mas nenhum membro da direção, sendo ligados ao fato até membros do organismo executivo muito próximos da presidência da República.

Santos Pais também comentou como o crime organizado se aproveita do desamparo em que vivem muitas crianças para explorá-las de diferentes maneiras. É comum que em nações da América Central e o México, corredores do tráfico de drogas, sejam utilizadas como vigilantes ou para traficar pequenas doses de entorpecentes.

São conhecidas também as ações das quadrilhas juvenis, as denominadas “maras” que recrutam meninos para extorquir ou para matar os que não querem pagar.

Na África, são famosos os meninos soldados, que em lugar de aprender a ler e escrever, são treinados no uso de armas de fogo; para estas crianças matar ou morrer são vicissitudes comuns do dia a dia.

A funcionária da ONU mencionou o número de menores que são obrigados pela violência e a miséria a abandonarem seus lares e até seu país, sem que os fantasmas que os obrigaram a emigrar os abandonem durante o trajeto, geralmente rumo ao mundo desenvolvido, e também não quando conseguem chegar a seu destino.

Comportamento triste de nossa espécie que assim destrói seu futuro, ou seja, sua infância, negando-lhe o direito à educação, alimentação e desenvolvimento, a viver numa família e desfrutar de proteção e afeto, ou simplesmente cortando sua vida de raiz, de maneira brutal e insensata.

 



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