Coreia: a diplomacia do esporte

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2018-02-12 13:36:36

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Os Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang 2018 foram propícios para a aproximação histórica dos dois países da Península da Coreia.

Por Guillermo Alvarado

Os Jogos Olímpicos de Inverno PyeongChang 2018 foram propícios para a aproximação histórica dos dois países da Península da Coreia, separados após uma cruenta gerra em meados do século passado e a nefasta influência dos EUA nos assuntos domésticos dessa região.

Desde que se anunciou a possibilidade de as delegações da Coreia do Norte e Coreia do Sul desfilarem juntas na cerimônia de abertura do evento esportivo, sob uma bandeira simbólica de reunificação, o mundo respirou aliviado após quase um ano de tensões devido à política agressiva do presidente norte-americano Donald Trump, que fez temer a eclosão de um conflito nuclear.

Quando as coisas pareciam chegar ao auge, o líder norte-coreano Kim Jon-un, propôs ao presidente sul-coreano Moon Jae-in o envio para a cidade de PyeongChang – sede dos Jogos – de uma delegação que viajaria por terra atravessando uma zona militarizada com a bandeira da paz.

Na inauguração do evento, os esportistas coreanos foram ovacionados pelo público o que mostrou que – salvo poucas exceções – o mundo vê com bons olhos a iniciativa, que não deixou de proporcionar satisfação de última hora, com intensa atividade diplomática que se realiza sob o amparo do esporte.

A delegação da Coreia do Norte, capitaneada por Kim Yo-jong, irmã do presidente, e seu anfitrião Moon Jae-in, assistiram juntos à inauguração dos Jogos. No sábado, ambos se reuniram oficialmente na sede do governo sul-coreano, assistiram a uma partida da equipe feminina de hóquei sobre gelo, formada por atletas dos dois países e, no domingo, compareceram a um concerto no Teatro Nacional de Seul.

Na reunião oficial, Yo-jong entregou ao presidente sul-coreano um convite para que visitasse a Coreia do Norte neste ano, o que seria um acontecimento transcendental no caminho rumo à paz e à reconciliação entre os dois povos separados à força.

O primeiro-ministro da Coreia do Sul, Lee Nak-yon, achou ótima a ideia e exortou os dois governos a trabalharem juntos para que a reunião de cúpula entre os dois presidentes acontecesse o mais rapidamente possível.

O chefe do executivo falou que o diálogo entre as duas Coreias deve continuar após terem finalizado os jogos olímpicos de inverno.

Neste ambiente de distensão, a atitude e as palavras do vice-presidente dos EUA Mike Pence – também presente na inauguração do evento esportivo – tiveram o efeito de um elefante numa loja de cristais.

Em lugar de alentar o diálogo e a reconciliação, Pence disse que Washington continuará exercendo sobre a Coreia do Norte pressões econômicas e políticas e que não descarta as opções militares contra esse país, deixando bem claro quem é o principal inimigo da paz na península coreana.



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