Centro-americanos fogem da pobreza e violência

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2019-02-13 07:23:05

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Por Guillermo Alvarado

As caravanas de migrantes que partem do chamado Triângulo Norte Centro - Americano (Honduras, El Salvador e Guatemala) se mantiveram ao longo do mês de janeiro de 2019 praticamente no mesmo ritmo com que finalizaram 2018. Não é de se admirar, porque as condições de violência e pobreza que castigam a população não variaram.

Informações oficiais revelam que até 28 de janeiro, as autoridades mexicanas registraram ao todo 11.366 pessoas que se preparavam para atravessar o México rumo à fronteira com os Estados Unidos, com poucas chances de entrar naquele país em busca de alívio.

A imensa maioria dos migrantes são de origem hondurenha (73 por cento), logo a seguir aparecem os salvadorenhos (13 por cento), guatemaltecos (11 por cento) e uns três por cento de diferentes nacionalidades.

Chama a atenção que as mais recentes caravanas partem de Honduras. Até agora, os países vizinhos eram os principais emissores desde que tinha começado essa migração em massa, em meados de outubro do ano passado.

A cruenta guerra interna foi a causa de que nas décadas de 1970 e 1980 tenham escapado de seu país centenas de milhares de guatemaltecos, situação parecida a de El Salvador nos anos de 1990.

Honduras não sofreu os rigores do conflito armado, mas isso não lhe poupou os males provocados pelo neoliberalismo, a corrupção governamental e a intromissão dos Estados Unidos em seus assuntos domésticos.

A pobreza e a violência das quadrilhas e as máfias do crime organizado cresceram enormemente, ao mesmo tempo, as autoridades governamentais não estão conseguindo proporcionar desenvolvimento, nem dar emprego às novas gerações.

Se analisarmos as razões exprimidas pelos migrantes para empreender tão perigosa viagem, repetem quase sempre as acima mencionadas. Morrer aqui, ou morrer lá dá na mesma, disse um deles com amargura e frustração.

Porém as condições em que se movem essas massas humanas começam a ser diferentes. Ao contrário do ano passado, caminham em silêncio, não cantam hinos, nem portam bandeiras, não fazem declarações nem são assediadas pela imprensa.

Nas mesmas comunidades que atravessam a recepção é outra. Há uma espécie de efeito de cansaço e os moradores locais não aparecem para lhes oferecer água, alimentos, roupa ou lugar para descansar.

Os centros de acolhida estão repletos de membros de caravanas anteriores, os formulários que devem preencher contêm requisitos mais exigentes e se multiplicam as ameaças do presidente dos Estados Unidos Donald Trump de recebê-los a tiros.

Trump mente quando diz que há uma crise de segurança em sua fronteira com o México. Ele não ignora que a verdadeira crise humanitária está na América Central sendo esta a que empurra milhares de pessoas que nenhum muro poderá conter. Se as pessoas tivessem escola, trabalho e vida digna, não seria necessário construir muros, nem entrincheirar exércitos. É tão fácil, contudo parece difícil de entender.



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