AIDS: menos óbitos porém mais contagiados

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2019-07-19 11:05:31

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G. Alvarado

Apesar dos avanços alcançados desde 2010 no enfrentamento à AIDS – Síndrome de Deficiência Imunológica Adquirida, especialmente na queda no número de óbitos por essa causa, é preocupante o aumento dos contagiados pelo vírus HIV.

Recente informe do ONUSIDA - Programa Conjunto das Nações Unidas para essa doença aborda essa situação. O documento foi apresentado na África do Sul em reconhecimento ao esforço feito nos últimos anos nesse país para controlar a propagação da enfermidade.

O texto indica que em 2018 houve uma redução nas mortes pela AIDS. Esse ano foram cerca de 700 mil óbitos. Mas, o índice de contágio cresceu em várias regiões: na Europa do Leste e Ásia Central o número de casos diagnosticados aumentou 29%, no Oriente Médio e norte da África 10%, e na América Latina 7%.

Hoje, 37,9 milhões de pessoas são portadoras do HIV, delas apenas 23,3 milhões têm acesso aos tratamentos para reduzir a carga viral no organismo e impedir o desenvolvimento da enfermidade. Ou seja, 14,6 milhões estão praticamente condenadas a morte e são potenciais transmissores. Isso sem levar em conta os portadores que não sabem que estão contagiados porque nunca fizeram um teste de laboratório. Cabe recordar que 36 milhões de pessoas morreram por AIDS desde que foi diagnosticado o primeiro caso.

O órgão das Nações Unidas lamentou a redução em cerca de um bilhão de dólares nos fundos destinados a enfrentar a doença. Apontou que muitos governos resolveram diminuir as verbas para esse propósito, tornando difícil alcançar a meta conhecida como “90 – 90 – 90”, ou seja, que 90% dos portadores tomem conhecimento de sua situação, que 90% deles recebam o tratamento antirretroviral, e que 90% desse grupo possa reverter a presença do vírus no sangue.

Quanto à região do Caribe, houve uma queda de 16% no registro de novos casos. Cuba tem feito grande esforço nesse propósito. Em 2015, a OMS – Organização Mundial da Saúde certificou que foi o primeiro país do mundo em eliminar a transmissão de AIDS de mãe para filho na gravidez e no parto.

Graças à organização social e aos avanços em setores como a biotecnologia, nesta nação funciona com eficácia o programa de prevenção, detecção e tratamento aos portadores de AIDS, garantindo uma qualidade de vida digna aos pacientes.

Destaque também para a diminuição da transmissão do HIV em El Salvador, Nicarágua, Colômbia, Equador, Paraguai e Panamá. Contudo, em 2018 registrou-se um aumento notável de casos no Chile, Bolívia, Brasil e Costa Rica.

Na África, onde vive 54% das pessoas contagiadas, as autoridades de saúde se empenham em combater a doença, mas os conflitos armados, a pobreza e a falta de compromisso dos países desenvolvidos com a ajuda internacional são obstáculos a vencer.

Com certeza, os tempos mais obscuros fazem parte do passado, sobretudo o que ocorreu no final do século 20. Porém, seria ingênuo pensar que o perigo já não existe. A AIDS continua sendo uma grave ameaça para a espécie humana, e somente uma vontade política forte e unida permitirá reduzir e incidência e as sequelas do vírus.



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