Economia na UTI

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-04-23 10:45:41

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Por Guillermo Alvarado

A pandemia da Covid-19 que golpeia forte o mundo todo provocará prejuízos sem precedentes à economia de quase todos os países da América Latina. A região vai entrar, neste ano, em período de terapia intensiva com aumento crítico da pobreza e do desemprego.

O diagnóstico foi estabelecido pela Comissão Econômica da ONU para América Latina e o Caribe – CEPAL – que prevê queda global de 5,3 por centro do Produto Interno Bruto devido à diminuição da procura e a rebaixa dos preços das matérias primas.

Os países mais atingidos serão aqueles que tiverem comércio com as grandes potências, especialmente China, União Europeia e Estados Unidos, onde a doença causou a queda do consumo.

Dias atrás, tinham desabado as cotações do petróleo e os metais nas bolsas internacionais, agora começam a baixar os preços de outros produtos, como soja, milho e trigo.

Segundo a CEPAL, a média de baixa em 2020 será de 14 por cento, tanto no valor quanto no volume das exportações. Entre as  nações mais prejudicadas aparecem México, Brasil, Peru, Argentina e Chile, ainda que o efeito será sensível em toda a região.

Por exemplo, a queda imprevista do turismo no Caribe será um duro golpe para a economia local.

Como resultado, 37,7 milhões de pessoas vão perder seus empregos na região e 28,7 milhões vão mergulhar na pobreza e 16 milhões cairão na pobreza extrema, ou seja, na miséria.

Em outras palavras, todos os esforços concentrados nos últimos anos para nos aproximarmos das metas de desenvolvimento estabelecidas para 2030 pelas Nações Unidas foram em vão em quase todas as nações latino-americanas e caribenhas.

Outro dado importante é que a crise global provocada pela pandemia também poderia conduzir a uma nova configuração dos mercados internacionais, o que pressupõe a regionalização do comércio mundial.

América Latina e o Caribe poderiam estar mais bem preparados para esta fase que se avizinha se governos neoliberais não tivessem desativado mecanismos de cooperação que já estavam funcionando.

A Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América, a União de Nações Sul-Americanas e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos podem ser uma excelente oportunidade para os duros tempos que se aproximam, se alguns estiverem dispostos a aprender as lições que dá a vida.

 



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