Nuvens negras pairam sobre as eleições na Bolívia

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-10-15 16:26:17

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Por Guillermo Alvarado

Faltando poucos dias para as eleições presidenciais e legislativas na Bolívia, marcadas para domingo, 18 de outubro, se multiplicam as dúvidas e crescem os temores de que haja fraude massiva para impedir a vitória dos candidatos do Movimento ao Socialismo, MAS.

Os pleitos ocorrem depois do golpe de Estado contra o presidente Evo Morales no ano passado, arrumado nos Estados Unidos com a participação da oligarquia, o exército e a polícia da Bolívia, e patrocinado pela Organização de Estados Americanos OEA.

Justamente a presença dessa organização, conhecida como ministério de colônias de Washington, provoca suspeita, porque todos se lembram de que um relatório falso da mencionada entidade sobre os pleitos de 2019 foi o pretexto usado para afastar o executivo dirigido por Morales.

Por agora, o presidente do Supremo Tribunal Eleitoral, Salvador Romero, aliado dos golpistas, se nega a entregar a relação dos observadores, porém vazou que seriam os mesmos do ano passado.

De mais a mais, Romero anunciou que nos resultados da contagem rápida não serão incluídas fotos das atas eleitorais, o que impedirá aos cidadãos verificarem os números à medida que sejam divulgados.

Causa inquietação, também, a recente visita do ministro de Governo boliviano, Arturo Murillo, aos Estados Unidos, onde conversou com Luis Almagro, secretário-geral da OEA.

Além disso, o Supremo Tribunal Eleitoral anunciou que haverá rigoroso estado de sítio em todo o país dias antes e depois das eleições, o que pode esconder a intenção de afogar qualquer manifestação de descontentamento com eventuais irregularidades.

Por volta de 7 milhões 333 mil bolivianos estão habilitados para participar dos pleitos, nos que serão eleitos o presidente, o vice, e os membros da Assembleia Legislativa Plurinacional.

A mais recente pesquisa de opinião revela que o candidato do MAS à presidência Luis Arce tem 42,2 por cento das intenções de voto e Carlos Mesa, da Comunidade Cidadã, conta com 33,1por cento.

Conforme as leis bolivianas, um candidato ganha no primeiro turno com mais de 50 por cento dos votos, ou se obtiver os 40 pontos, com uma diferença de dez sobre seu rival mais próximo.

Se não conseguir, haverá segundo turno, onde todas as forças da direita se juntariam contra Arce para impedir a volta do MAS e da democracia progressista, que fez com que a Bolívia fosse utilizada como referência dentro e fora do continente americano.

 

 



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