Escândalo das vacinas abala sociedade peruana

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-02-18 15:22:09

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Crece el escándalo por la vacunación de altos cargos en Perú: la ministra de Salud también se inmunizó en secreto.

Por: Maria Josefina Arce

A crise sanitária convulsiona o povo peruano: perto de 44 mil mortos, um milhão 230 mil contagiados, hospitais que só contam com oxigênio para 24 horas, médicos que pedem insumos. E, no meio dessa situação, abuso de cargos públicos para se vacinar primeiro contra a Covid-19.

O escândalo envolve 487 pessoas, entre as quais há dezenas de funcionários públicos, e já provocou a demissão de dois ministros. Primeiro se demitiu a ministra da Saúde Pilar Mazzetti, que já tinha sido questionada pelo Congresso devido à resposta dada à pandemia.

Logo depois, renunciou a chanceler Elizabeth Astete, que também admitiu ter sido imunizada.

No meio da tempestade aparece o ex-presidente Martín Vizcarra. Segundo suas próprias palavras, foi vacinado em outubro do ano passado, três meses antes de os profissionais da saúde e a população de alto risco terem começado a receber a substância.

A Procuradoria anunciou que Vizcarra será investigado e os responsáveis pelo manejo das 3.200 doses que receberam, para lá das 12 mil garantidas para a imunização dos voluntários que participaram do processo de pesquisa e posterior aprovação da vacina chinesa Sinopharm.

A Universidade Peruana Cayetano Heredia,que realizou os ensaios clínicos no Peru, clarificou que nem Vizcarra, nem sua mulher, faziam parte dos voluntários e o lote adicional foi entregue à equipe de pesquisa.

 As informações detalham que esse lote estava destinado à equipe de pesquisa e ao pessoal que tinha a ver com a mesma.

A sociedade peruana está abalada com a falta de ética dos funcionários, que não hesitaram em se vacinar primeiro, cientes de que havia trabalhadores na primeira linha de combate à pandemia que tinham morrido.

Só em oito de fevereiro começaram a imunizar os trabalhadores da saúde, que, no ano passado, tinham deflagrado greve nacional para exigir meios de proteção e mais insumos para os hospitais.

O jornal “El Comércio” retratou a situação em editorial destacado por agências noticiosas. O artigo assinala: Mais uma vez, nós, os peruanos, ficamos sabendo de que houve gente se aproveitando de um cargo público para obter um benefício indevido.

Peru não sai de uma crise política e entra noutra. Enquanto isso, a doença causada pelo novo coronavírus continua matando.

 



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