Qual é o jogo de Felipe González?

Editado por Juan Leandro
2015-03-31 11:39:30

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Recentemente, o ex-presidente do governo da Espanha, Felipe González, expressou sua intenção de se juntar àqueles que atacam e agredem o povo da Venezuela e a Revolução Bolivariana. Ele afirmou que vai assumir a defesa dos opositores Leopoldo Lopez e Antônio Ledezma, os que qualificou de "presos políticos", quando na verdade eles foram presos por violar as leis do país sul-americano e ameaçar a segurança pública.

Lopez e Ledezma instigaram ações que custaram vidas inocentes e ocasionaram danos à propriedade. Agora eles têm de prestar contas na justiça, como estabelecem as normas em qualquer parte do mundo. Talvez para González seja difícil entender esta verdade legal, porque quando ele foi chefe do governo espanhol, ignorou princípios básicos e deu rédeas soltas à organização obscura conhecida como GAL, Grupos Antiterroristas de Libertação, responsável pela morte de pelo menos 27 pessoas e centenas de afetados no País Basco e noutras regiões.

Entre 1983 e 1987 o GAL praticou a guerra suja ou, ainda mais claro, o terrorismo de Estado. Demonstrou-se que da sua preparação e financiamento participaram altos funcionários do governo de Felipe González. Isso poderia explicar sua paixão pelos conspiradores e sua pressa de ir defender Lopez e Ledezma, mas em sua biografia aparecem outros dados que respondem à pergunta de: qual é o jogo do ex-governante espanhol?

Segundo um artigo do acadêmico chileno Marcos Roitman, publicado no jornal mexicano La Jornada, Felipe González chegou a seu alto cargo por uma decisão conjunta dos Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido, que sempre apoiaram e agradeceram ao ditador Franco pela repressão contra os comunistas espanhóis. Uma vez no poder, ele retribuiu esses favores, primeiro defendendo o que ele considerou como uma liderança natural de Washington na América Latina, e logo, interagindo com alguns das mais sangrentas ditaduras militares impostas pelos Estados Unidos em nossa região.

Com o almirante argentino Eduardo Massera teve uma relação estreita, e o condecorou e apresentou como um social-democrata e honrado. Igualmente se relacionou com o almirante Ruben Franco, logo condenado a 25 anos de prisão por seu papel no regime repressivo de Rafael Videla.

Não devemos esquecer a forte defesa que ele fez em favor de Augusto Pinochet, em 1999, quando a justiça espanhola deteve o ditador em Londres para tentar levá-lo a julgamento pelos crimes cometidos no Chile.

Curiosamente, igual que faz com Lopez e Ledezma, Felipe González declarou que o caso contra Pinochet era "uma questão política de grande magnitude", e não uma questão jurídica. Se estudarmos este paralelo com olhar crítico, resulta que não lhe está fazendo um favor a seus clientes ao comparar a dimensão do seu processo com aquele que ensanguentou durante anos a sociedade chilena.

Em definitiva, para definir o jogo de González contra a Venezuela nada melhor do que a sabedoria popular, que nos lembra que "Deus os cria e o diabo os junta."

(G.A – 30 de março de 2015)

 

 

 

 



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