Crianças uruguaias beneficiadas por programa de saúde visual

Editado por Martha C. Moya
2017-02-08 16:20:00

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A Comissão Econômica da ONU para América Latina e o Caribe – CEPAL – apresentou estudo que revela que em 2013 saíram de nossa região 101, 6 bilhões de dólares através de fluxos financeiros ilegais, ou seja, movimentos de capitais não declarados ou fruto de ações fraudadas.

A sangria gera notáveis perdas para os governos, que deixam de receber somas milionárias em arrecadação de impostos.

O documento da CEPAL define como fluxo financeiro ilegal o movimento de dinheiro de um país a outro que foi ganho, transferido ou utilizado ilegalmente, a partir de atividades comerciais trucadas, corrupção ou delitos.

No caso do comércio internacional, a fraude costuma estar no subfaturamento das exportações e no sobrefaturamento de importações.

Outra via mais difícil de calcular por problemas implícitos é a corrupção e as ações delituosas: tráfico de drogas, de armas e pessoas, ou o contrabando de mercadorias, por onde transitam somas consideráveis de dinheiro que rara vez permanece no país em que se geram.

Se estes capitais que se movem irregularmente tivessem sido submetidos às regras fiscais correspondentes, a América Latina e o Caribe teriam embolsado, em média, 31 bilhões de dólares ao ano em arrecadação de impostos, o que equivale a 0,5 por cento do Produto Interno Global.

O México é o país mais castigado por este fenômeno, com 48, 314 bilhões de dólares enviados ilegalmente ao exterior. Logo atrás do México, está o Brasil, com 17,830 bilhões e, pasmem, em terceiro lugar aparece a Costa Rica, uma nação pequena, com economia modesta, mesmo assim de lá evadiram 7, 773 bilhões.

No caso da Costa Rica e México, as grandes evasões financeiras se explicam por sua inserção em redes de produção mundial, como a indústria de semicondutores, na primeira, e de maquinaria e automóveis, no segundo. Ou seja, nas duas nações a presença de multinacionais é um fator que incentiva a evasão de capitais.

Aspecto interessante do estudo da CEPAL é que os países receptores dos fluxos financeiros ilegais são justamente os mais industrializados, e à testa aparece, como não poderia deixar de ser, os Estados Unidos que de 2004 a 2013 captaram 292 bilhões de dólares originados e extraídos irregularmente da América Latina e o Caribe.

Em outras palavras, exploram nossa mão de obra pagando preços irrisórios pelo trabalho, compram matérias-primas baratas e nos vendem caros os produtos acabados, manipulam nossa economia e nos impõem modelos neoliberais que geram pobreza. Ou seja, utilizam as armadilhas que o capitalismo gera para embolsar mais dinheiro.



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