O primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e presidente da República, Miguel Díaz-Canel, convocou na quarta-feira a manter viva a batalha por visibilizar a realidade dos povos em meio a uma luta cada vez mais hegemônica e desigual pela informação.
Falando aos 220 delegados participantes do 3º Encontro Internacional de Publicações Teóricas de Partidos e Movimentos de Esquerda, o presidente cubano descreveu este como um espaço necessário e oportuno e reafirmou o compromisso de Cuba em realizá-lo todos os anos.
Díaz-Canel destacou a relevância do evento como um encontro para a construção de consensos que viabilizem um projeto político, ético e comprometido com a construção socialista e a transformação da ordem mundial vigente. Para isso, é fundamental criar redes de debate sistemático, a partir de plataformas e objetivos comuns a fim de passar das ideias à ação.
“A ideia hoje se torna trincheira, a palavra uma ferramenta e a publicação um ato de militância. Publicar sob a perspectiva da esquerda progressista, neste mundo brutal, é um ato de resistência”, afirmou. Em consonância com esses conceitos, o chefe de Estado propôs a criação de uma rede internacional de publicações críticas e contra-hegemônicas, não apenas como um projeto editorial, mas como uma ferramenta política.
Dessa forma, considerou, também contribuímos para a preservação do legado do Comandante-em-Chefe Fidel Castro Ruz, a cujo centenário é dedicado o encontro. Trata-se não só de defender sua obra e pensamento, mas também de como trazer Fidel para o presente e buscar respostas para os problemas da atualidade por meio desse diálogo com ele.
Nesse sentido, condenou elementos das campanhas de manipulação midiática realizadas pelo imperialismo estadunidense contra povos soberanos que se opõem à submissão aos seus planos de dominação global, como são os exemplos de Cuba, Venezuela e Palestina. Nesses planos, as mentiras tentam legitimar ameaças de agressão ou o genocídio perpetrado pelo Estado de Israel com a cumplicidade de Washington.
Cuba não admite ingerências e não se curvará a ninguém, e isso não mudará mesmo que o bloqueio continue se intensificando. Quando todos nos unimos para usar armas e plataformas inimigas para defender a verdade, estamos nos defendendo”, acrescentou.
Díaz-Canel compareceu à palestra “Informação e Manipulação da Mídia: a Esquerda Diante dos Desafios da Superinteligência Artificial Quântica” do renomado jornalista e professor franco-espanhol Ignacio Ramonet.
O autor de Cem Horas com Fidel expôs algumas das chaves de uma era de avanço acelerado nas tecnologias da informação e das comunicações, que estão gerando incertezas globais sobre o destino da humanidade e diante das quais as ferramentas conceituais clássicas da teoria marxista se tornaram obsoletas ou amplamente relegadas.
Fonte: ACN