Em um cenário complexo e perigoso de ameaças à paz na região e no mundo, inicia-se em Cuba uma nova era para a Rede de Artistas e Intelectuais em Defesa da Humanidade (REDH), criada em 2003 pelos Comandantes Fidel Castro e Hugo Chávez.
Nesse contexto de revitalização, membros do Capítulo Cubano, juntamente com membros da REDH de outros países, reuniram-se na quinta-feira em Havana com o presidente da República, Miguel Díaz-Canel.
No encontro, que contou com a presença de renomados pensadores e escritores cubanos e estrangeiros, além de representantes da sociedade civil cubana, o intelectual cubano Abel Prieto Jiménez, presidente da Casa de las Américas, relembrou a gênese desta REDH, que nasceu com o apoio decisivo de Fidel, e posteriormente de Chávez, diante das ameaças do governo dos EUA em um contexto global fascista, em meio à guerra contra o Iraque.
Prieto Jiménez revisou momentos dos mais de 20 anos de existência da REDH, seus desafios para mobilizar a opinião pública internacional e gerar um pensamento crítico que “coloque a verdade de nossos povos em um lugar visível, desmantelando as campanhas de mentiras”.
A defesa da unidade, a participação popular e a memória histórica dos povos foram conceitos abordados por Abel Prieto em seu discurso. “Nossa batalha é pelo presente, pelo futuro e também pela memória, que é o nosso passado”, afirmou.
Por sua vez, o filósofo e comunicador venezuelano Miguel Ángel Pérez Pirela — recém-eleito coordenador-geral da Rede em Defesa da Humanidade — avaliou os tempos muito difíceis que as nações caribenhas enfrentam com as ameaças de guerra do governo dos Estados Unidos.
“Aqui estamos testemunhando o neofascismo, o colonialismo, o expansionismo e o imperialismo. Há quatro elementos fundamentais em termos de filosofia política que caracterizam esta nova investida”, afirmou o analista. “O ataque é contra a humanidade”, disse Pérez Pirela. Nesse sentido, destacou que, diante da barbárie, devemos responder com ideias e solidariedade.
Na Casa de las Américas, foram ouvidas, no auditório, as opiniões dos participantes com um apelo para continuar unindo forças com a REDH neste momento crucial para a região e o mundo, onde a coordenação de políticas e estratégias é essencial para apresentar posições comuns sobre diferentes temas.
Após mais de três horas de debate sobre os desafios que as forças progressistas enfrentam no atual cenário latino-americano e internacional, o presidente Díaz-Canel afirmou que “a revitalização da REDH neste complexo contexto de ameaça à humanidade, e este encontro em Havana, constituem, sem dúvida, a melhor homenagem a Fidel no ano do seu centenário”.
O Chefe de Estado comentou que artistas e intelectuais são uma frente estratégica, por sua capacidade de influenciar e orientar a consciência e a subjetividade dos povos.
Esse fascismo que mostra sua face de exclusão, discriminação e apartheid – disse – só pode ser enfrentado por meio de ideias pela humanidade.
“Devemos defender a humanidade contra a barbárie fascista que ressurge de forma alarmante hoje”, enfatizou o presidente.
“Devemos defender a humanidade contra a hegemonia, contra a colonização cultural, contra a manipulação da mídia e contra a mentira”, enfatizou.
Mais adiante, comentou: “Acredito que também, como foi dito aqui, com um senso de solidariedade e integração, recordando a vocação de José Martí de que Pátria é Humanidade, estamos defendendo a grande Pátria que é a Humanidade, estamos defendendo todos nós; estamos defendendo todos os nossos povos, todas as nossas culturas, toda a nossa história.”
“Da esquerda, temos a maior força: temos a verdade, ela está de nosso lado”, enfatizou Díaz-Canel.
O apoio à Revolução Bolivariana na nação irmã Venezuela e o respaldo à causa do povo palestino foram reafirmados pelo presidente da República, que conclamou todos a lutar pela humanidade com amor, como nos disse Che Guevara.
Fonte: Angélica Paredes López
