Vocês conseguem imaginar, amigos, que Adolf Hitler, ou alguém próximo a ele, tivesse avisado a União Soviética com antecedência que a invasão de seu território começaria em 22 de junho de 1941 como parte da operação para “garantir um espaço vital” para a Alemanha?
É verdade que Richard Sorge relatou a data aproximada em que os nazistas realizariam a ação, bem como a concentração de 150 a 170 divisões nas fronteiras soviéticas, um aviso que Joseph Stalin infelizmente decidiu ignorar, com um custo extraordinário para sua população.
Esta história vem a calhar porquanto o senador republicano Lindsay Graham declarou recentemente que o presidente Donald Trump informará o Congresso dos Estados Unidos sobre o início das ações militares terrestres contra a Venezuela e a Colômbia assim que retornar de sua viagem pela Ásia.
Segundo o legislador, o chefe da Casa Branca acredita que os governos dos dois países sul-americanos são refúgio para traficantes de drogas e cita como prova um suposto cartel, Los Soles, que na verdade é uma criação da Agência Central de Inteligência (CIA), que remonta a 1990, quando nem Gustavo Petro nem Nicolás Maduro planejavam governar.
Isso foi reconhecido pelo ex-membro das forças especiais do Exército dos EUA e posteriormente mercenário Jordan Goudreau, mais conhecido por comandar a fracassada “Operação Gideon”, que pretendia capturar e depois tirar o presidente Nicolás Maduro do país.
A operação fracassada realizada em 2020 fez com que muitos criticassem o governo dos EUA e se tornou motivo de chacota entre agências de inteligência em todo o mundo.
Se a gente acreditar no senador Graham, algo semelhante está sendo tramado atualmente, não apenas contra o presidente Maduro, mas também contra o presidente colombiano Petro.
Isso explicaria, por exemplo, a recente presença do porta-aviões Gerald Ford perto da Venezuela, o maior navio de guerra do mundo, que serviria como ponto de deslocamento e recepção da suposta operação contra ambos os líderes latino-americanos.
Uma primeira leitura de todos os antecedentes do caso levaria a pensar que se trata de uma operação de intimidação de Trump contra os dois países irmãos, mas, dado o comportamento imprevisível do controverso magnata, não se pode excluir qualquer absurdo.
De qualquer forma, vale sempre ter em mente o sábio ditado popular: guerra avisada não mata soldado.
