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Narrativa tóxica anticolombiana

por Roberto Morejón

O governo Trump lançou mão de uma narrativa agressiva e ofensiva contra o presidente colombiano Gustavo Petro e outros funcionários, pouco comom nos relatos diplomáticos.

Em meio à escalada das tensões pelo que Donald Trump e seus aliados chamam de guerra contra as drogas no Caribe, o presidente, juntamente com o secretário de Estado Marco Rubio e o secretário da Guerra Pete Hegseth, recorreram a insultos e acusações infundadas contra Petro. Alguns dos epítetos usados são surpreendentes, vindos de representantes da nação apresentada como um modelo democrático, e levantam dúvidas sobre se pretendem algo além de intensificar a controvérsia verbal.

O presidente colombiano interpretou esses ataques como uma tentativa de influenciar as próximas eleições em seu país, marcadas para 2026, em apoio à extrema direita.

Petro afirmou que os extremistas na Colômbia estão de fato comprovadamente ligados ao narcotráfico e se submetem, obedientes, a invasões.

Toda a retórica vinda dos EUA, incluindo a acusação de narcotraficante contra Petro, acompanhou a suspensão de pagamentos e subsídios à Colômbia, além da inclusão do chefe de Estado na chamada Lista Clinton dos Estados Unidos.

Essa sanção implica o congelamento de bens e a proibição de transações. O presidente respondeu enumerando sua luta contra as estruturas criminosas do narcotráfico em seu país e apresentando dados que refutam as alegações de Trump. Petro relatou que, quando assumiu o cargo em 2022, encontrou 230 mil hectares de coca, mas que, sob sua gestão, a taxa de crescimento caiu de 13% para 3% em 2024. E acrescentou que está sendo sancionado por suas veementes denúncias do genocídio israelense em Gaza.

Vale lembrar que Petro também rejeitou a presença militar desproporcional dos EUA no Caribe, onde uma grande frota foi mobilizada sob o pretexto de combater o que Washington descreve como a luta contra os cartéis de drogas.

Venezuela, Colômbia e outros países alertaram a comunidade internacional sobre essa incursão provocadora na América Latina e no Caribe, região declarada Zona de Paz.

Se, como afirma Petro, Trump foi enganado por seus aliados e assessores, bem como pela máfia colombiana em Miami, de qualquer maneira as acusações são tão caluniosas quanto inaceitáveis.

 

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