As chuvas associadas ao furacão Melissa, que atingiu o leste de Cuba, cessaram, mas situações alarmantes persistem obrigando as autoridades a continuar as evacuações de pessoas. Mais de 735 mil cubanos foram levados para instituições estatais, casas de parentes, amigos e vizinhos antes da passagem do furacão devastador.
Seus ventos de quase 200 quilômetros por hora e chuvas torrenciais causaram danos generalizados, principalmente nas províncias de Granma, Santiago de Cuba e Guantánamo.
A bacia do caudaloso rio Cauto, enfrenta um ponto crítico de enchentes, principalmente devido ao escoamento das montanhas, às chuvas subsequentes a Melissa, à saturação do lençol freático e à liberação de água das represas.
Portanto, a arriscada operação de resgate continua no leste de Cuba, dados os efeitos devastadores deixados pelo furacão.
Segundo Francisco Pichón, coordenador da ONU em Cuba, as necessidades decorrentes da tempestade excedem a capacidade de resposta do país, daí a importância da ajuda internacional que começa a se materializar por parte da própria ONU, de outros países e de pessoas avulsas.
Os prejuízos continuam sendo quantificados, são enormes, avaliações preliminares revelam a destruição de casas, plantações, pontes, estradas, árvores e linhas de eletricidade.
Com a subida das águas, as autoridades aconselharam aqueles que estavam em abrigos a permanecerem lá até que as enchentes cessasem.
Moradores mais velhos fazem comparações, afirmam que não viam cheias de rios tão severas desde o furacão Flora, em 1963.
Graças às previsões, preparação e um enorme esforço de organização e segurança, muitas pessoas conseguiram salvar suas vidas, embora lamentem a significativa perda de casas e pertences pessoais.
A economia também está sofrendo, especialmente porque Cuba enfrenta os efeitos do bloqueio, recentemente rejeitado por esmagadora maioria das nações na ONU — um grande revés político e diplomático para os Estados Unidos.
Assim que os ventos e as chuvas diminuíram, a recuperação começou na Ilha. Será um processo longo e complexo do ponto de vista humano, técnico e econômico.
