O governo dominicano adiou a 10ª Cúpula das Américas, agendada para o mês de dezembro deste ano em Punta Cana, devido a divergências regionais que estão dificultando o diálogo, anunciou o ministério das Relações Exteriores do país caribenho.
Em comunicado, o ministério explicou que, ao assumir a responsabilidade de sediar a Cúpula das Américas em 2022, as profundas divergências que atualmente impedem um diálogo produtivo nas Américas eram imprevisíveis.
A situação é agravada pelo impacto de eventos climáticos recentes que afetaram severamente diversos países caribenhos.
“Após cuidadosa análise da situação na região, o governo dominicano decidiu adiar a 10ª Cúpula das Américas para o próximo ano. A decisão foi tomada em comum acordo com nossos parceiros mais próximos, incluindo os Estados Unidos, idealizador original do fórum, e outros países importantes”, destacou o comunicado.
Observou que “também consultamos representantes das principais instituições internacionais envolvidas na organização da Cúpula, como o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) e o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Todos os recursos investidos até o momento serão utilizados no próximo ano, incluindo as reuniões hemisféricas programadas em nosso país”, indicou.
E lembrou que a República Dominicana propôs sua candidatura para sediar a 10ª Cúpula das Américas durante a 9ª Cúpula, realizada em Los Angeles, Califórnia, EUA, em junho de 2022, e a Assembleia Geral da OEA a aprovou naquele mesmo ano, em Lima, Peru.
O comunicado expressa que “desde então, o Governo dominicano tem trabalhado diligentemente para garantir o sucesso do evento. Esse esforço incluiu a coordenação logística com a OEA e todas as organizações envolvidas. O país cumpriu integralmente todos os requisitos desse compromisso”, acrescentou.
Afirmou que o adiamento implica em novas consultas sobre a data da Cúpula e na ampliação do diálogo para incluir os novos governos democraticamente eleitos que emergirem.
Ressaltou que a República Dominicana reafirma seu compromisso com o multilateralismo, a política de boa vizinhança e as alianças para promover a integração regional.
Em 30 de setembro, o ministério das Relações Exteriores da República Dominicana anunciou que Cuba, Venezuela e Nicarágua não seriam convidados para a Cúpula das Américas, a fim de priorizar o sucesso do encontro, conforme explicou.
Em comunicado, indicou que, ao assumir a presidência pro tempore em 2023, o governo dominicano anunciou que a 10ª Cúpula seria inclusiva, um objetivo que, segundo afirmou, “nos esforçamos para honrar”.
Contudo, declarou: “dado o atual contexto de polarização política, decidimos priorizar o sucesso do encontro, estendendo o convite ao maior número possível de países”.
O ministério das Relações Exteriores afirmou na época que sediar a Cúpula das Américas constitui um dos principais desafios para a República Dominicana, pois implica um alto nível de responsabilidade no cenário multilateral.
“Isso significa que a presidência pro tempore atualmente exercida por nosso país deve ser exercida sob essa perspectiva e de acordo com os interesses da maioria dos Estados-membros do mecanismo”, acrescentou. Essa decisão do governo foi recebida com rejeição por diversas organizações políticas e sociais do país.
Poucos dias depois, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, descartou a participação na Cúpula e rejeitou a exclusão de Cuba, Venezuela e Nicarágua do encontro. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, também confirmou que não compareceria devido à exclusão de alguns países da região.
Fonte: Prensa Latina
