Por: Demetrio Villaurrutia.
“Devemos enfrentar as arboviroses, especialmente a chikungunya, aproveitando a experiência adquirida durante a COVID-19, e trabalhar cientificamente para desenvolver um protocolo de tratamento e manejo da doença”, afirmou o presidente Miguel Díaz-Canel durante a mais recente reunião de especialistas e cientistas dedicada à análise da situação epidemiológica em Cuba.
A chikungunya não é uma doença nova no mundo, sua transmissão foi relatada em 119 países. No caso cubano, é importante lembrar que nossa população foi praticamente imune a essa doença e, portanto, é mais suscetível a ela, devido à presença do principal vetor identificado: o mosquito adulto Aedes Aegypti.
Compareceram à reunião o vice-primeiro-ministro Eduardo Martínez Díaz, juntamente com um grande grupo de especialistas em saúde e cientistas. “É um vírus que está sendo transmitido mundialmente”, afirmou, “e agora em Cuba há um pico mais alto porque está apenas começando a ser introduzido e a se espalhar.”
Cuba está trabalhando em um protocolo para o manejo clínico da doença, que inclui cuidados domiciliares e hospitalares. De acordo com o plano de manejo da chikungunya, o atendimento domiciliar representa um desafio para a atenção primária à saúde, pois exige um acompanhamento sistemático e de alta qualidade dos pacientes.
Na reunião de especialistas e cientistas dedicada à atualização da situação dos arbovírus em Cuba, foi revelado que chikungunya está circulando em 93 municípios, e a província de Havana registrou casos em todos os municípios.
Para a dra. Madeleine Rivera Sánchez, diretora-geral de Vigilância e Controle de Vetores, a identificação de áreas de alto risco é vital para a implementação de tratamentos adulticidas, comumente conhecidos como fumigação.
Cuba mantém vigilância constante da arbovirose, com o Instituto Pedro Kouri de Medicina Tropical atuando como laboratório de referência nacional.
A chikungunya é uma doença que progride em três fases: aguda, pós-aguda e crônica, durante a qual pode se desenvolver artropatia. Possui um período de incubação de dois a dez dias após a picada do mosquito.
Dada a prioridade que o governo atribui à saúde, o presidente Miguel Díaz-Canel afirmou que, tal como ocorreu durante a pandemia da COVID-19, o progresso e a eficácia dos protocolos de tratamento da chikungunya serão avaliados semanalmente pelo Grupo de Peritos e Cientistas.
A chikungunya, juntamente com a dengue (em menor escala), são as duas arboviroses que mais circulam no país atualmente.
