Com um apelo à descolonização da arquitetura financeira global, a Cúpula Social do G20 foi inaugurada na terça-feira marcando um acontecimento histórico: é a primeira vez que este fórum ocorre em solo africano.
Para o evento, concebido para permitir que as vozes dos cidadãos influenciem diretamente as deliberações dos líderes mundiais, o Centro de Conferências OR Tambo, em Ekurhuleni, acolhe milhares de delegados de movimentos sociais, sindicatos, organizações de base e comunidades indígenas até quinta-feira.
A cerimônia de abertura focou-se em discursos que exigem uma nova ordem internacional mais justa e equitativa.
O dr. William Carew, representante do Conselho Econômico, Social e Cultural da União Africana, personificou esta reivindicação histórica com um discurso contundente. “A África possui 30% das reservas minerais mundiais, 60% das terras aráveis e a população mais jovem do planeta, contudo, permanecemos à margem da tomada de decisões econômicas”, afirmou. “Não estamos pedindo caridade, mas sim exigindo justiça”, declarou, destacando que o continente está determinado a ser o arquiteto de seu próprio destino e do futuro global.
Por sua vez, a professora Narnia Bohler-Muller, representando os grupos de engajamento do G20, contextualizou o encontro em um momento de múltiplas crises, desde o colapso climático até a erosão dos direitos humanos e a insegurança econômica. Diante desse cenário, propôs “reimaginar, e não apenas reparar, a arquitetura da governança global”, ressaltando a urgência de construir sistemas baseados na solidariedade e não na perpetuação de privilégios.
A sessão de abertura estabeleceu um tom de firmeza e urgência, posicionando esta Cúpula Social não como mera formalidade, mas como uma plataforma para demandas legítimas do Sul Global.
Com informação de Prensa Latina.
