Extrema direita se isola

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-01-21 16:02:50

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Por Guillermo Alvarado

Os presidentes do Brasil, Jair Bolsonaro, e da Guatemala, Alejandro Giammattei, que representam a direita conservadora da pior espécie na região, tomaram medidas que os conduzem ao isolamento na área e à submissão às políticas agressivas de Washington contra vários países latino-americanos e caribenhos.

Bolsonaro – que leva tempo nesse caminho – anunciou que cortava relações com a CELAC - Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, um espaço de diálogo criado para que as nações pudessem discutir seus problemas e realidades sem a presença de potências continentais e extracontinentais.

Antes, já tinha saído da UNASUL - União de Nações Sul-Americanas. E na Assembleia Geral da ONU, em ato insólito em nossa região, votou contra a resolução cubana para a cessação do bloqueio econômico, comercial e financeiro que os Estados Unidos aplicam contra a Ilha.

O ex-chanceler do Brasil, Celso Amorim, disse em declarações a Pedro Bieger, diretor do portal NODAL - Notícias da América Latina e o Caribe, que Bolsonaro estava destruindo um rico patrimônio diplomático que data não só dos governos de Lula da Silva e Dilma Rousseff, mas de 30 ou 40 anos atrás.

Amorim explicou: há uma submissão total à política de Donald Trump que, além de ser xenófoba, tem implicações ideológicas muito fortes e exige adesão total. A CELAC – comentou o ex-chanceler brasileiro – incomoda Trump porque é uma organização que não inclui Estados Unidos e Canadá, em troca, conversa com outros países como Rússia e China.

A saída do Brasil da CELAC também representa um perigo para os vizinhos, porque implica abandonar a Declaração de Havana, de janeiro de 2014, onde se estabelece que América Latina e o Caribe é uma Zona de Paz, livre de armas nucleares e onde o diálogo é o caminho para resolver as controvérsias.

Com relação à Guatemala, chama a atenção que a primeira decisão de seu presidente Giammattei tenha sido cortar definitivamente as relações com a Venezuela. Tal decisão tem dois aspectos.

De um lado, é uma maneira de agradar Trump, de lhe comunicar que o governo guatemalteco será seu aliado, ou melhor, seu humilde servidor, e avisar os vizinhos que se atenham a isso.

Do outro, há uma dose de vingança, isto porque poderia ter esperado alguns dias, até semanas, para anunciar algo que já tinha cozinhado de antemão.

Ocorre que Giammattei quis entrar na Venezuela em 12 de outubro passado para se reunir com Juan Guaidó rompendo todos os protocolos, respeito e mesura. Apareceu no Aeroporto Internacional de Caracas com passaporte italiano, sua segunda nacionalidade, talvez para passar despercebido, mas não conseguiu e foi convidado a abandonar o país na hora.

A Chancelaria venezuelana explicou que a visita de um presidente estrangeiro – naquele então já tinha sido eleito – deveria ser coordenada pelas duas partes e a pessoa em questão apresentar a documentação do país onde exerce a função, e não de um terceiro.

Sem duvida, nas ações de Bolsonaro e Giammattei há um fator comum: sua adesão a Trump, o que não lhes proporciona nem brilho nem valor, e sim vergonha, isolamento e rejeição das pessoas de bom senso.



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