
Cuba
Brasília, 05 junho (RHC) No âmbito do 11º Fórum Parlamentar do BRICS, bloco inicialmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e recentemente ampliado, o deputado cubano Alberto Núñez propôs uma aliança global em defesa do direito à saúde e rejeitou veementemente o cerco de Washington contra a Ilha ao qual descreveu como uma guerra econômica sufocante.
Na fala, Núñez reiterou que a participação de Cuba como país parceiro do BRICS representa uma oportunidade para construir uma ordem multilateral mais justa, baseada na cooperação solidária entre Estados com diferentes níveis de desenvolvimento.
O vice-presidente da Comissão de Relações Internacionais da Assembleia Nacional de Cuba apresentou o modelo de saúde de seu país como uma alternativa concreta e eficaz.
Ele lembrou que a Constituição da República reconhece a saúde como um direito humano fundamental e que o sistema cubano se baseia na assistência médica gratuita, na cobertura universal, na atenção primária e na participação da comunidade.
Destacou como uma das conquistas recentes a aprovação da nova Lei de Saúde Pública em dezembro de 2023, concebida como uma regulamentação atualizada, ética, inovadora e profundamente inclusiva.
Um dos momentos mais fortes de seu discurso foi a denúncia do impacto do bloqueio dos EUA no sistema de saúde cubano.
No auge da pandemia da Covid-19, Cuba enfrentou dificuldades extremas para ter acesso a combustível, suprimentos médicos e financiamento externo. “E, mesmo assim, priorizamos a vida”, ressaltou Núñez.
Prova disso, 56 brigadas médicas do contingente internacionalista Henry Reeve foram enviadas para mais de 40 países, incluindo membros da União Europeia.
“O BRICS tem um papel estratégico a desempenhar na promoção do desenvolvimento sustentável, equitativo e inclusivo na área da saúde”, disse.
E sugeriu avançar no diálogo parlamentar para promover políticas públicas integradas e respostas coordenadas a futuras emergências epidemiológicas.
“O direito à saúde das gerações futuras requer políticas estruturais”, afirmou destacando que a pobreza, o subdesenvolvimento, a arquitetura econômica global injusta e a exclusão são causas estruturais que impedem o pleno exercício desse direito.
A proposta cubana, em meio a um cenário global marcado por crises de saúde, profundas desigualdades e tensões geopolíticas, ressoa como um chamado ético e político para colocar a saúde no centro da cooperação entre os povos. (Fonte: PL)