Casa TodosNacionalRepercussão mundial da vitória de Cuba contra o bloqueio dos EUA

Repercussão mundial da vitória de Cuba contra o bloqueio dos EUA

por Irene Fait

A vitória diplomática de Cuba na ONU continua a repercutir em todo o mundo, após a adoção, esta semana, pelo trigésimo terceiro ano consecutivo, de uma resolução que condena o bloqueio dos EUA e exige sua cessação imediata.

A resolução obteve 165 votos a favor, sete contra e doze abstenções, em um contexto marcado por uma intensa campanha de pressão diplomática de Washington para enfraquecer o apoio internacional a Havana.

O resultado mostra, mais uma vez, o isolamento da política dos EUA em uma questão que transcende divisões ideológicas e alinhamentos geopolíticos. Apesar dos esforços dos EUA, das advertências diplomáticas e do discurso confrontador de sua nova representação na ONU, a comunidade internacional expressou, mais uma vez, sua rejeição ao bloqueio unilateral que afeta todos os aspectos da vida na nação caribenha.

Durante o debate que antecedeu a votação, o ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, apresentou um relatório detalhado sobre os efeitos do bloqueio, que estima os danos econômicos acumulados em mais de US$ 7,5 bilhões no último ano, um aumento de 49% em comparação com o período anterior.

Rodríguez denunciou a política de Washington como “agressão sistemática” e criticou duramente a intervenção do representante dos EUA, a quem acusou de disseminar “um discurso infame, ameaçador e cínico”, ligado a setores extremistas da diáspora anticubana em Miami.

A votação ocorreu em um momento de grande tensão global, com conflitos armados em curso, crises humanitárias e disputas comerciais que fragmentaram o consenso internacional. Nesse contexto, o bloqueio contra Cuba emergiu como uma exceção moralmente questionada: uma medida de mais de seis décadas que afeta diretamente o acesso da população a medicamentos, alimentos, tecnologia e financiamento, e que carece de qualquer fundamento no direito internacional.

Países da África, Ásia, América Latina, Caribe e grande parte da Europa concordaram em descrever a política dos EUA como obsoleta, ilegal e contrária aos princípios da soberania e da não interferência.

Após a votação, o presidente Miguel Díaz-Canel enfatizou nas redes sociais que “a pressão flagrante dos EUA conseguiu quebrar algumas barreiras. Mas a maioria do mundo votou mais uma vez a favor de Cuba pela vida”.

Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores de Cuba destacou que “o veredicto da comunidade internacional é irrefutável: o bloqueio é um instrumento de agressão inaceitável”.

Trinta e três anos de condenação quase unânime na ONU não são mera formalidade, mas sim uma constatação persistente: em um mundo dividido, princípios ainda unem a maioria dos Estados — entre eles, a rejeição à punição coletiva de um povo por seu direito de decidir seu próprio destino.

A votação nesta semana não apenas reafirma um consenso global mantido por mais de três décadas, mas também sublinha a crescente discrepância entre a política externa dos EUA em relação a Cuba e as normas do direito internacional e os princípios da Carta da ONU.

(Fonte: Prensa Latina)

 

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