Na 69ª Conferência Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o ministro cubano da Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente, Armando Rodríguez Batista, reafirmou o compromisso de seu país com o desarmamento nuclear transparente, verificável e irreversível.
Em seu discurso, o ministro cubano condenou os bombardeios israelenses e norte-americanos contra instalações nucleares no Irã, classificando-os como uma grave violação do regime internacional de segurança nuclear e do direito internacional.
Rodríguez Batista ressaltou a importância da AIEA como garantidora do regime de não proliferação nuclear e defendeu o fortalecimento do multilateralismo e da cooperação internacional em um contexto global marcado por crises convergentes e crescente polarização.
Destacou três linhas estratégicas para a organização: estabelecer alianças com entidades especializadas para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável; priorizar a cooperação técnica em detrimento da geopolítica, com iniciativas como Atoms4Food, Atoms4NetZero e NutecPlastics; e a promoção de programas de treinamento, como as bolsas Marie Curie e Lisa Meitner, que incentivam a participação feminina na ciência nuclear.
O ministro informou de um novo Decreto-Lei cubano sobre o uso de energia nuclear e radiação ionizante, alinhado aos padrões internacionais.
E denunciou as medidas coercitivas unilaterais impostas pelos Estados Unidos como um obstáculo ao desenvolvimento nuclear pacífico de Cuba, em violação ao Artigo Quatro do Tratado de Não Proliferação Nuclear.
Da mesma forma, esclareceu que, apesar dessas restrições, o país mantém altos padrões de segurança e oferece cooperação a outras nações do Sul Global.
O uso da energia nuclear não deve ser um privilégio, mas um direito que contribui para o desenvolvimento sustentável, alertou Rodríguez Batista, e confirmou que Cuba continuará apoiando a AIEA como organizmo técnico, objetivo e a serviço da humanidade.