América Latina: funestas perspectivas

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2020-10-09 10:44:58

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Guillermo Alvarado

Os países da América Latina e o Caribe se atrasaram 10 anos quanto ao crescimento de seu Produto Interno Bruto devido aos severos danos feitos à economia pela pandemia da Covid-19. Milhões de empresas fecharam e dezenas de milhões de empregos foram eliminadas.

A Comissão Econômica da ONU para América Latina e o Caribe – CEPAL – explica esta situação em seu mais recente relatório apresentado em sua sede em Santiago do Chile e traça funestas perspectivas para a região toda.

O PIB decrescerá, em média, 9,1 por cento para o final do ano, um resultado igual ao de 2010, o que faz prever subida marcante das desigualdades nesta região.

Alicia Bárcena, secretária executiva da CEPAL, afirmou que a pandemia tem efeitos negativos históricos nos aspectos econômico, produtivo e social, com sequelas de médio prazo sobre o crescimento e o aumento da pobreza e do desemprego.

Só neste ano, vão fechar 2,7 milhões de empresas formais, pelo que o desemprego crescerá até 44 milhões, isto é, 18 milhões a mais que em 2019. Um número igual de lares vai perder sua fonte de renda e não conseguirá satisfazer as necessidades básicas.

Devido à crise sanitária global, América Latina e o Caribe recuarão ao nível de pobreza reinante faz 15 anos, o que significa a perda de enormes esforços para combater este flagelo e coloca em dúvida o cumprimento das metas de desenvolvimento sustentável para 2030.

Como se não bastasse, a pobreza extrema, ou seja, a miséria, essa condição em que as pessoas e lares não conseguem cobrir suas necessidades básicas de alimentação, roupa, saúde, moradia, ou educação, alcançará 95 milhões de habitantes, o mesmo número que havia em 1990.

O relatório da CEPAL revela que se em matéria de desenvolvimento econômico nossa região perderá 10 anos, no aspecto mais grave e duro da pobreza a queda será de 30 anos.

Mesmo que a pandemia pudesse ser controlada no ano que vem - possibilidade bastante remota - a recuperação da economia seria muito lenta e precisaria de mudanças políticas em cada país e da cooperação internacional.

Ademais de reformas fiscais profundas e equitativas, onde paguem mais aqueles que possuem mais, é necessário, entre outras coisas, diminuir a carga da dívida externa, que breca as possibilidades de desenvolvimento especialmente nas nações mais pobres.

Não será fácil, nem logo. É preciso começar a resolver problemas que vem causando danos desnecessários há décadas ou mesmo séculos.

 

 



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