Covid e desemprego

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-07-05 09:35:01

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Reuters / J. Cabezas

Guillermo Alvarado

No ano passado, perto de 46 milhões de pessoas perderam seus empregos, ou seja, suas fontes de renda para sobreviver, em 14 países da América Latina, porém apenas quatro milhões aparecem nos cadastros oficiais, o que significa que existe um grande desemprego oculto.

Quem revelou esses detalhes foi a pesquisadora Mariana González em entrevista publicada pelo jornal argentino Página 12. Ela menciona um estudo sobre o impacto que a crise sanitária teve no mercado de trabalho em nossa região.

Explica que, independentemente da pandemia, esta área sempre teve problemas próprios, como os elevados índices de pobreza e a alta taxa de emprego informal, que geralmente é pouco produtivo, se paga mal e não garante nenhuma estabilidade.

Por isso, quando a Covid-19 se espalhou pelo continente e os governos se viram obrigados a adotar medidas de isolamento para conter os contágios, o setor informal foi o mais prejudicado por várias razões.

Em primeiro lugar, as pessoas não podiam circular para realizar seu trabalho diário, que simplesmente sumiu. Por exemplo, as vendas nas ruas ou os postos nas feiras.

Ademais, são informais, portanto, carecem de garantias trabalhistas e não contam com a previdência social porque não estão cadastrados em nenhum lugar.

Muitos se viram numa disjuntiva terrível: ficar em casa e passar fome com a família, ou se arriscar a sair, adoecer e talvez morrer.

É verdade que a maioria dos governos deu dinheiro, ajuda financeira temporária, que aliviou um pouco a situação das pessoas, ao mesmo tempo dinamizaram parcialmente o consumo, porém isso durou pouco e não chegou a todos os necessitados.

González explica: no meio disso as mulheres levaram a pior, não só aumentaram essa população fantasma economicamente inativa, mas também tiveram de assumir todas as tarefas de cuidar e atender o resto da família.

Embora o setor informal tenha melhorado um pouco no final de 2020, teme-se que uma segunda ou terceira onda tenha um impacto muito forte.

A pandemia confirmou que somos uma região muito vulnerável por causa da pobreza, as desigualdades, a acumulação de riqueza em poucas mãos e outras injustiças que nos flagelam desde sempre.

 

 

 



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