Mais desiguais

Editado por Irene Fait
2021-12-14 18:40:06

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Imagen ilustrativa tomada de Youtube

As profundas diferenças entre as pessoas mais ricas do mundo e as mais pobres aumentaram notavelmente ao longo das últimas décadas, e a pandemia da Covid-19 acelerou as excessivas desigualdades.

A esta conclusão chegou um estudo feito pelo World Inequality Lab, que dirige o francês Thomas Piketty. É considerado o trabalho mais atualizado sobre as diversas facetas que compõem este fenômeno, riqueza global, rendas, gênero e meio ambiente.

Um dado que ressalta neste documento é que de 2020 a 2021, quando o planeta todo padecia os efeitos negativos da crise sanitária, os mais ricos fizeram das suas para aumentar consideravelmente suas fortunas.

Por exemplo, em 2021 dez por cento dos mais endinheirados embolsaram de 30 e 35 por cento das receitas globais na Europa; 40 por cento na Argentina e 59 por cento no Brasil e no Chile.

Pelo contrário, a pandemia destruiu milhões de empregos e subiram de maneira excessiva os indicadores de pobreza e miséria.

São tendências que já vinham ocorrendo nas três ou quatro décadas anteriores, com a aplicação de modelos neoliberais e a globalização comercial e financeira cujos benefícios se concentraram numa pequena porção, minúscula para ser mais exatos, da sociedade.

O fosso entre as rendas dos 10 por cento que compõem a ponta da pirâmide, em comparação com os 50 por cento da base, quase dobrou: passou de 8,5 a 16 vezes.

O estudo revela outro paradoxo. Embora alguns países possam se considerar ricos devido ao número de multimilionários que vivem lá, isso não significa necessariamente que os governos também possuam grandes recursos.

Em outras palavras, os lucros ficam com os particulares, mas não se distribuem de maneira equitativa nos fundos públicos, formados pelos impostos. Os que mais ganham, não são quem pagam mais impostos.

Há poucos casos (a China é um deles) nos que o aumento das riquezas contribui diretamente para a diminuição das desigualdades sociais, um exemplo que não deveria passar despercebido.

É curioso que a maioria das potências ocidentais castiga e critica a China por supostas violações dos direitos humanos, mas não percebe o abismo cada vez mais fundo no seio de suas próprias sociedades.

 

 

 



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