Espião em casa

Editado por Irene Fait
2022-01-20 17:40:05

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Imagen / Listín Diario

Desde que se soube da criação e uso do programa de espionagem Pegasus, desenvolvido pela empresa NSO Group, com sede em Israel, inúmeras denúncias foram feitas da invasão de privacidade de políticos, chefes de Estado, empresários ou defensores dos direitos humanos no mundo todo.

O mencionado instrumento dotado de tecnologia de ponta também foi utilizado pela polícia de Tel Avive para vigiar seus próprios cidadãos, especialmente os que se opõem ao ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

O jornal Calcalist investigou e revelou que os serviços de segurança sionistas compraram essa ferramenta de vigilância, pela primeira vez, em 2013, e também suas atualizações e pacotes adicionais nos anos seguintes para controlar uma lista de cidadãos israelenses.

Segundo a fonte, também se espionou um grupo de funcionários do governo que tinha acesso à informação sensível de diversos tipos. Em teoria, alguns desses casos poderiam ser justificados, porém se espionou sem supervisão, nem autorização legal.

O chefe da polícia, Kabi Shabtai, negou que tivessem utilizado Pegasus, em troca falou que o relatório de Calcalist “continha algumas incorreções”.

Uma análise forense de celulares desvendou que estavam infectados por Pegasus e a espionagem nesses casos se realizou a partir de 30 de julho de 2020, em alguns aparelhos, e durou até 15 de julho do ano seguinte.

O programa em questão se instala a distância em dispositivos iOS e Android e permite extrair imagens, mensagens de texto, correios eletrônicos, registrar ligações a ativar a câmera e o gravador, sem o consentimento do proprietário.

Informações de imprensa assinalam que uns 600 políticos e funcionários em todo o mundo, chefes de Governo ou Estado, 189 jornalistas, 64 homens de negócios e perto de 85 ativistas inclusive, foram vigiados com essa ferramenta.

Um dos casos mais recentes ocorreu em El Salvador, onde uma equipe de comunicadores de vários meios de imprensa, entre eles o jornal El Faro, foram vítimas de espionagem, presumivelmente dirigida pelo governo.

Supostamente Pegasus é vendido por NSO Group a governos ou serviços de inteligência devidamente autorizados para sua utilização por razões exclusivamente de segurança, mas isso não é assim.

Na prática, é um modo de se intrometer na vida privada de civis. Outra maneira grosseira de violar os direitos humanos.

 



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