
Foto: Lavacca.org
Por: Roberto Morejón
Uma grande marcha em Buenos Aires em apoio aos trabalhadores de um hospital pediátrico estratégico ampliou seus objetivos ao chamar a atenção para o impacto das políticas de austeridade na Saúde Pública no governo do ultradireitista presidente argentino Javier Milei.
Os trabalhadores do Hospital Garrahan, acompanhados por familiares de pacientes, membros de grupos de direitos humanos e sindicalistas, protestaram recentemente contra o que chamam de esgotamento das instituições de Saúde Pública e exibiram faixas com o slogan "Não se toca no hospital".
A manifestação, replicada em outras regiões da Argentina apesar das baixas temperaturas, visibilizou o clamor dos cidadãos para que o governo não destrua Garrahan, o centro mais importante do sul do país no atendimento a crianças e adolescentes.
Esse hospital realiza cerca de 670.000 consultas por ano, trata 40% dos casos de câncer nas crianças na Argentina e realiza mais de 100 transplantes de órgãos sólidos anualmente.
Enquanto o governo afirma estar tentando resolver o que considera uma má gestão hospitalar, seus trabalhadores denunciam baixos salários e condições de trabalho inadequadas.
Líderes na área de saúde criticaram que tem dinheiro para especulação financeira, mas não tem dinheiro para as instituições que beneficiam o público, como o hospital Garrahan.
Os meios de comunicação alertaram sobre a redução progressiva de pessoal devido à falta de verbas e baixos salários, como parte dos cortes do neoliberal Milei na Saúde Pública.
O chefe de Estado destrói diretamente os organismos públicos quando reduz o apoio financeiro a todo o aparato científico e tecnológico do Estado.
Por isso, muitos argentinos veem a recente manifestação dos trabalhadores de Garrahan como um exemplo de resistência à extrema direita, que atua em detrimento da classe trabalhadora e em benefício do Fundo Monetário Internacional.
Vender, privatizar, licitar, fechar, são os verbos prediletos na liturgia libertária, como parte de seu programa. O mesmo que exibe como um verdadeiro sucesso devido à queda do déficit fiscal e da inflação, sem esclarecer que isso ocorre à custa do empobrecimento da classe trabalhadora e do enfraquecimento de instituições públicas, como a Saúde.