Para alguns latino-americanos e caribenhos, a Itália parece distante, não apenas na geografia, mas também porque, presumem, está muito ocupada com seus próprios assuntos e os do Velho Continente. Roma alerta, contudo, que acompanha de perto o que está se passando em nossa região.
“América Latina e o Caribe são prioridade para o governo italiano”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, que também é vice-presidente do governo de Giorgia Meloni.
Tajani falou nesses termos perante representantes da CELAC (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos) e de organismos regionais e bancos.
Todos participaram da 12ª Conferência Itália-América Latina e Caribe em Roma, um evento anual que permite aproximar posições e sondar laços de colaboração entre as duas regiões.
Os participantes concordaram em fortalecer a cooperação multilateral, reafirmaram a amizade e os valores compartilhados e ressaltaram a importância do desenvolvimento sustentável.
A conferência apoiou a promoção da chamada diplomacia do crescimento econômico como meio de impulsionar o comércio multilateral, equitativo e não discriminatório e os investimentos.
De acordo com o que foi delineado na sessão plenária, América Latina, Caribe e Itália estão interessados em desenvolver projetos conjuntos em energia renovável, eficiência energética, minerais críticos, hidrogênio verde e tecnologias.
O encontro, que busca maior aproximação entre Itália, América Latina e o Caribe, foi positivo e permite que estes últimos possam expandir sua esfera de atuação econômica e política, que por anos esteve excessivamente focada nos Estados Unidos.
Vale ressaltar que o comércio entre as partes ultrapassou US$ 38 bilhões em 2024 e o ministro das Relações Exteriores Tajani afirmou que “as oportunidades são realmente imensas”.
O ministro anunciou a criação, em novembro, da Comunidade da Italofonia, definida como um espaço para fortalecer as contribuições mútuas em diversas áreas.
Embora haja diferenças entre as duas regiões em relação ao acordo entre a União Europeia e o MERCOSUL, é positivo saber que países como Itália, de onde emigraram muitos no passado para América Latina, considerem esta parte do mundo como uma prioridade para Europa.