O bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelo governo dos Estados Unidos a Cuba constitui uma realidade inegável que chegou ao patamar de dois trilhões e 103 bilhões e 897 milhões de dólares em mais de seis décadas, afirmou o Ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, em entrevista coletiva na quarta-feira.
O impacto total dessa política criminosa nunca poderá ser totalmente quantificado, pois os danos estão além da significância numérica; são psicológicos e emocionais, uma expressão do custo humano dessa conduta implacável por mais de 60 anos, insistiu o ministro.
Ao apresentar o relatório de Cuba sobre o impacto do bloqueio dos EUA de março de 2024 a fevereiro de 2025, o ministro das Relações Exteriores anunciou que, nos dias 28 e 29 de outubro, a Assembleia Geral das Nações Unidas analisará o relatório da nação caribenha pela trigésima terceira vez, em um contexto internacional marcado pelo unilateralismo e pela política agressiva do governo dos EUA contra o povo cubano.
A apresentação ocorreu diante de representantes da imprensa nacional e internacional e foi transmitida ao vivo pela Cubavisión, Cubavisión Internacional, Canal Caribe, Rádio Habana Cuba, bem como a página oficial do ministério das Relações Exteriores de Cuba no Facebook.
Bruno Rodriguez afirmou ainda que, em comparação com o relatório anterior, os danos causados aumentaram quase 50%, os prejuízos estimados montam em 7 bilhões 556,1 milhões de dólares. Esses números demonstram o endurecimento extremo da política hostil contra a Ilha e seu impacto na economia, nos direitos humanos e na qualidade de vida dos cubanos. São números exorbitantes e de efeito opressivo, denunciou o ministro das Relações Exteriores, explicando que apenas 19 minutos de bloqueio representam o custo das cadeiras de rodas necessárias para as escolas de educação especial do país. E se não tivesse existido o bloqueio, o Produto Interno Bruto poderia ter crescido 9,2% no último ano.
Bruno Rodríguez alertou sobre as ações militares do governo dos EUA contra a República Bolivariana da Venezuela, consideradas tais ações uma ameaça à paz regional. Ele instou as organizações internacionais a reconhecerem a América Latina e o Caribe como zona de paz e a se mobilizarem em defesa do direito internacional, respeitando a Carta das Nações Unidas.
A historiografia cubana especifica que o bloqueio econômico, comercial e financeiro do governo dos EUA começou em 1960 e cresceu gradualmente até prejudicar os interesses de terceiros países em 1992, quando a Assembleia Geral da ONU solicitou pela primeira vez a eliminação dessa política.
Esse pedido, que se repete todos os anos desde então, se soma ao mais recente da maioria dos Estados e blocos de países para remover Cuba da Lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo, elaborada unilateralmente por Washington.
Essa política arcaica, injusta e criminosa do governo dos EUA é o principal obstáculo ao desenvolvimento e bem-estar da sociedade cubana, além de ser uma flagrante violação dos direitos humanos do povo cubano.