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Situação em Gaza – 2025

por Irene Fait
Gaza

Em 2025, a guerra de extermínio de Israel contra a população palestina de Gaza entrou em uma fase de devastação prolongada, marcada por um número extraordinário de vítimas civis, uma crise humanitária extrema e crescente pressão internacional sob a acusação de genocídio.

Os bombardeios iniciados em outubro de 2023 deixou mais de 60.000 palestinos mortos e cerca de 150.000 feridos, segundo registros locais e organizações de monitoramento, com um padrão de violência que afetou sobretudo a população civil.

Dados internos do próprio exército israelense mostraram que apenas cerca de 17% dos mortos eram combatentes, o que implica que aproximadamente 83% das vítimas fatais eram civis, uma proporção excepcionalmente alta mesmo em comparação com outros conflitos contemporâneos.

Ni aspecto humanitário, Gaza sofreu este ano uma combinação de cerco, destruição de infraestrutura e fome, esta última usada como arma de guerra.

Israel manteve e intensificou o bloqueio à entrada de combustível, alimentos e medicamentos, chegando a um bloqueio quase total da ajuda humanitária em março, como tática de pressão nas negociações sobre reféns.

Agências das Nações Unidas e organizações de direitos humanos descreveram um colapso quase total dos serviços básicos, com hospitais destruídos ou inoperantes, sistemas de água e eletricidade inutilizáveis ​​e bairros inteiros arrasados.

Estima-se que quase 90% das casas no enclave foram danificadas ou destruídas, enquanto o norte de Gaza entrou em estado de fome declarada, com famílias recorrendo a medidas extremas de sobrevivência.

Em termos militares e políticos, 2025 foi marcado por breves tentativas de cessar-fogo alternadas com novas ofensivas em larga escala.

Após uma relativa pausa no início do ano, Israel retomou uma ofensiva massiva em 18 de março, combinando intensos ataques aéreos com incursões terrestres no centro e sul de Gaza, o que elevou novamente o número de mortos e deslocados internos.

Ao longo do ano, planos de trégua promovidos pelos Estados Unidos e outros atores foram discutidos, incluindo propostas para um cessar-fogo de 60 dias vinculado à troca de reféns e prisioneiros, mas nenhum conseguiu mudar de maneira duradoura a situação no terreno.

Áreas como Rafah, inicialmente consideradas último refúgio para centenas de milhares de deslocados internos, também se tornaram palco de devastadoras operações militares.

Tudo isso alimentou o debate global sobre as ações de Israel em Gaza, que constituem genocídio contra o povo palestino.

Desde o final de 2023, África do Sul e outros países levaram o caso à Corte Internacional de Justiça, argumentando que o padrão de ataques contra civis, a destruição sistemática de infraestrutura vital e o uso da fome como arma eram motivados pela intenção de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional específico.

A Corte emitiu medidas provisórias exigindo que Israel garantisse o acesso à ajuda humanitária, prevenisse a fome e interrompesse operações particularmente destrutivas, como a ofensiva em Rafah. Na prática, porém, essas ordens foram ignoradas ou reinterpretadas por Tel Aviv, que continuou seus ataques praticamente sem alterações substanciais.

Embora o termo “genocídio” continuasse sendo objeto de debate jurídico, o efeito concreto sobre a população de Gaza foi a destruição prolongada de seu tecido social, físico e demográfico.

O número de vítimas, a proporção extraordinariamente alta de mortes de civis e o colapso controlado das condições de vida reforçaram a percepção, em amplos setores da opinião pública mundial, de que se tratava de um crime de extrema gravidade histórica.

Nos últimos dias do ano, o processo perante o Tribunal Internacional de Justiça continua sem um veredicto definitivo, com previsões de que uma decisão final poderia levar anos, enquanto a realidade no terreno permanece marcada por luto em massa, deslocamento e a destruição de Gaza como um espaço habitável para sua população.

Fontes: The Guardian/ Wikipedia/Al Jazeera

 

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