O vice-presidente cubano, Salvador Valdés Mesa, denunciou a crescente beligerância liderada pelos Estados Unidos no Caribe e afirmou que a região deve ser preservada como Zona de Paz, conforme proclamado em 2014.
O vice-presidente, que participa da 4ª Cúpula de chefes de Estado e de Governo entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a União Europeia (UE), em Santa Marta, Colômbia, defendeu um diálogo respeitoso entre iguais.
“Não podemos ignorar nesta reunião o ataque irracional do governo dos Estados Unidos contra a Venezuela e o desdobramento contínuo de uma operação militar ofensiva dos EUA no Caribe, sob o falso pretexto do combate ao narcotráfico”, declarou.
“Trata-se de uma ameaça inaceitável de agressão, uma violação da soberania, que mina a paz e a cooperação que os países latino-americanos e caribenhos desejam e devem preservar”, acrescentou.
Diante do que descreveu como uma ofensiva hegemônica imperialista e o esforço para reviver a Doutrina Monroe, Cuba reafirma seu apoio inabalável ao governo venezuelano, ao seu presidente e ao povo bolivariano.
“A comunidade internacional deve se mobilizar para deter essa agressão direta e as ações militares no Caribe, que colocam em risco a paz, a estabilidade e a segurança regionais.”
Além disso, considerou insuficiente o progresso alcançado na parceria birregional desde a última Cúpula de Bruxelas e, portanto, defendeu o aprofundamento dos laços com base na confiança e no respeito à igualdade soberana, à não interferência nos assuntos internos dos Estados e ao direito de cada país de decidir sobre seu próprio sistema político e socioeconômico.
“Uma abordagem mais colaborativa e de apoio mútuo entre os países da União Europeia e da CELAC nos permitirá traduzir a vontade política em compromissos concretos e enfrentar melhor os desafios.”
As áreas prioritárias incluem o combate às mudanças climáticas; a segurança alimentar; o financiamento para o desenvolvimento; a transferência de tecnologia; as energias renováveis; a transformação digital; a pesquisa científica e a inovação; o comércio e o investimento exigem mais cooperação, afirmou.
O vice-presidente enfatizou que Cuba se opõe a todas as formas de imposição externa que busquem subjugar qualquer um de seus Estados-membros ou ameaçar sua soberania.
“Nesse sentido, rejeitamos a exclusão de três países de nossa região da chamada Cúpula das Américas, agora adiada”, declarou.
Da mesma forma, destacou a postura da maioria dos países presentes na reunião, que, apesar da enorme pressão a que foram submetidos, exigiram veementemente nas Nações Unidas o fim do bloqueio imposto pelos Estados Unidos contra Cuba há mais de 60 anos e rejeitaram seu impacto extraterritorial. “Agradecemos as denúncias com relação à decisão arbitrária dos EUA de nos incluir novamente na lista fraudulenta e unilateral de supostos Estados patrocinadores do terrorismo”, exclamou.
E afirmou que as estratégias de estrangulamento econômico, chantagem e manipulação da mídia empregadas pelo governo dos Estados Unidos contra a Ilha foram expostas, incluindo as alegações caluniosas destinadas a questionar o trabalho altruísta da colaboração médica.
“Esperamos que esta Cúpula birregional contribua para o fortalecimento de uma relação mais robusta entre a CELAC e a União Europeia, centrada no desenvolvimento inclusivo e na cooperação, com maior empenho e capacidade de diálogo, baseada na reciprocidade e sem interferências, permitindo-nos alcançar objetivos e construir espaços de benefício mútuo”, concluiu o vice-presidente.
