O representante de Uganda, em nome dos 131 Estados-membros do Movimento dos Países Não Alinhados (MNA), exigiu na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) o fim imediato e completo do bloqueio econômico, comercial e financeiro que os Estados Unidos impõem ilegalmente a Cuba há mais de 60 anos.
Durante sua fala na 21ª sessão do 80º período de sessões da ONU, que contou com a presença do Ministro das Relações Exteriores cubano, Bruno Rodríguez, o MNA reiterou sua “mais forte oposição à promulgação e imposição de medidas coercitivas unilaterais”, observando que são inconsistentes com o direito internacional e a Carta da ONU.
O movimento lembrou que a esmagadora maioria dos Estados-membros votou a favor da resolução A/RES/79/7, que pede a cessação do bloqueio, e descreveu a medida como uma violação do direito de Cuba de interagir plenamente com a comunidade internacional.
O MNA detalhou que os danos causados pelo bloqueio são “enormes”, afetando todos os setores essenciais da economia cubana e causando perdas estimadas em mais de US$ 7,5 bilhões somente entre 1º de março de 2024 e 28 de fevereiro de 2025.
O bloqueio nega a Cuba o acesso a mercados, fornecimento de combustível e ajuda de instituições financeiras, representando um “sério obstáculo ao desenvolvimento socioeconômico do país” e contradizendo os esforços para alcançar a Agenda 2030.
O movimento também expressou profunda preocupação com a expansão da natureza extraterritorial do bloqueio, incluindo a implementação integral do Capítulo III da Lei Helms-Burton, e rejeitou o endurecimento das medidas financeiras que elevaram o impacto total para mais de US$ 1 trilhão.
O MNA condenou veementemente a inclusão de Cuba na lista unilateral de Estados que patrocinam o terrorismo, rejeitando as “acusações infundadas” e a politização da luta contra o terrorismo. Além disso, destacou que mais de 190 Estados mantêm relações com Cuba, o que isola os Estados Unidos em sua política.
Nos dias 28 e 29 de outubro, a Assembleia Geral das Nações Unidas retomou o debate sobre o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos contra Cuba, uma política em vigor há mais de 60 anos e repetidamente condenada pela comunidade internacional.
Esta é a trigésima quarta vez que se vota um projeto de resolução que exige a cessação do bloqueio, considerado o mais longo da história moderna.
As autoridades cubanas insistem que essa política constitui o principal obstáculo ao desenvolvimento nacional e viola os direitos humanos de seu povo.
Pelo menos 49 delegações devem discursar na sessão deste ano para expressar suas posições.
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, comanda a delegação de seu país ao fórum de 193 Estados-membros.
O governo cubano reiterou que continuará defendendo sua soberania em todos os fóruns multilaterais e apelou à comunidade internacional para que mantenha uma posição firme contra uma política que descreve como injusta e prolongada.
Autor: TeleSUR: lf – RR
Fonte: ONU
