Ao 40º aniversário da primeira publicação do livro “Fidel e a Religião”, em novembro de 1985, foi dedicado um debate, na quinta-feira, com a presença de seu autor, o teólogo brasileiro Frei Betto, no teatro do Instituto Superior de Relações Internacionais, em Havana.
Betto enfatizou que a entrevista, concedida em maio de 1985, representou um marco significativo, pois foi a primeira vez que um líder comunista falou positivamente sobre a religião cristã a partir de uma perspectiva marxista.
Recordou seu primeiro encontro com o Comandante-em-Chefe Fidel Castro, a quem descreveu como um homem humilde, e admitiu que jamais imaginara o privilégio de ouvi-lo durante uma longa entrevista.
O escritor e frade dominicano lembrou que discutiram o importante papel da Igreja Católica como entidade política na sociedade e o dever revolucionário de dialogar com essa instituição.
Mencionou momentos importantes compartilhados com o líder, incluindo seu último aniversário, em agosto de 2016, e enfatizou que foi justamente com ele que aprendeu sobre a história cubana e do amor por José Martí. Betto transmitiu aos jovens uma importante mensagem do livro: uma vida serve para libertar outras vidas e só vale a pena ser vivida se for dedicada a produzir, promover e proteger outras vidas.
A entrevista concedida por Fidel ao renomado teólogo brasileiro marcou um acontecimento histórico ao estabelecer a plena liberdade religiosa no socialismo cubano.
Fidel e a Religião desencadeou uma verdadeira revolução cultural; imediatamente teve edições estrangeiras e foi traduzido para mais de 24 idiomas e publicado em 33 países.
Conhecido internacionalmente como “o teólogo da libertação”, Frei Betto é autor de 60 livros em diversos gêneros literários. Recebeu muitos prêmios, incluindo o Prêmio Jabuti em 1985 e 2005, considerado o prêmio literário mais prestigioso do Brasil; também tem participado ativamente da vida política do país sul-americano nas últimas cinco décadas.
