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Sistema Elétrico Nacional – Cuba 2025

por Pedro Manuel Otero
SEN

Em 2025, o sistema elétrico cubano sofreu os efeitos da grave crise estrutural que assola o país há vários anos, caracterizada por déficits crônicos de geração.

Trata-se de uma espiral descendente com repercussões em todos os aspectos da sociedade, cuja manifestação objetiva são os apagões em massa que afetam até 60% do território nacional, com interrupções de até 20 horas diárias em certas ocasiões, particularmente severas nas províncias do interior.

A União Elétrica (UNE) reporta capacidades disponiveis de 1.050 a 1.400 MW em face a demandas máximas de 2.500 a 3.000 MW, com déficits de 1.400 a 2.000 MW. Esses déficits são agravados por falhas nas usinas termelétricas — onde até seis das 16 unidades estão fora de operação — e mais de 100 usinas de geração distribuída estão inoperantes devido à escassez de combustível.

A situação decorre da dependência excessiva de combustíveis fósseis importados e redução de fornecimentos pela Venezuela, México e Rússia, somada à obsolescência da infraestrutura.

As autoridades prometeram recuperar 850 MW por meio de geração distribuída e usinas termelétricas, e avançar na instalação de 92 parques solares, para a produção de 2.000 MW a médio prazo. No entanto, só se conseguiu instalar cerca de 1.000 MW de capacidade fotovoltaica que fornece até 30% de energia em picos instantâneos, mas insuficiente para suprir a lacuna existente.

Cuba realizou consertos em diversas unidades termelétricas do Sistema Elétrico Nacional em 2025 para recuperar a capacidade de geração, porém muitas ainda enfrentam atrasos devido à falta de peças e combustível.

Especialistas alertam que somente novos investimentos em usinas termelétricas e armazenamento de energia permitirão que o Sistema Elétrico Nacional (SEN) atinja um estado de funcionamento adequado.

Até o final do ano, estima-se que haja aproximadamente 1.000 MW de capacidade instalada em parques solares, que foram incorporados gradualmente e espera-se que estejam totalmente disponíveis no início de 2026.

Em determinadas épocas do ano, as energias renováveis chegaram a fornecer cerca de 30% da geração instantânea.

A expansão da energia solar representa um progresso, mas não compensa o colapso da capacidade de geração térmica, perpetuando uma crise que impacta severamente o cotidiano e a economia cubana.

O ministro de Energia e Minas, Vicente de la O Levy, anunciou leve melhora em 2026, com mais de 1.200 MW disponíveis, mas insiste que os apagões devido à escassez de combustível e as paralisações programadas em usinas termelétricas importantes não serão eliminados.

A crise no Sistema Elétrico Nacional (SEN) tem um componente externo que mina os esforços das autoridades cubanas para melhorá-lo: o bloqueio dos EUA e outros aspectos da política anticubana da Casa Branca, alimentada por mais de 65 anos de guerra econômica contra a Ilha.

O bloqueio imposto pelos EUA causou danos significativos ao sistema elétrico de Cuba em 2025, ao impedir o acesso a peças de reposição, tecnologia e assistência técnica devido à presença de componentes americanos em equipamentos e peças.

Entre março de 2024 e fevereiro de 2025, os prejuízos totais devido ao bloqueio atingiram US$ 7,667 bilhões, um aumento de 49% em comparação com o período anterior, impactando diretamente a capacidade de reparo e manutenção de usinas termelétricas, como a Antonio Guiteras em Matanzas e a usina Carlos Manuel de Céspedes em Cienfuegos.

Uma ligeira melhoria técnica na geração de eletricidade em Cuba é esperada em 2026, mas não o fim dos apagões.

As próprias autoridades indicaram que continuará sendo um ano difícil, com frequentes interrupções no fornecimento de energia devido à escassez de combustível.

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