Pior que um crime

Editado por Irene Fait
2025-06-23 12:15:22

Pinterest
Telegram
Linkedin
WhatsApp

Captura de pantalla de vanguardia.mx

Por: Guillermo Alvarado

O bombardeio brutal ordenado pelo presidente Donald Trump contra instalações nucleares no Irã, que poderia abrir as portas do inferno, é descrito tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos como um erro grosseiro, um ato irresponsável ou inconstitucional.

Com este ataque, o líder da Casa Branca violou diversas normas, incluindo a convenção internacional que proíbe ataques a instalações nucleares que não tenham propósito militar.

Segundo Trump, o desmantelamento da instalação pôs fim ao suposto projeto de Teerã de desenvolver uma bomba nuclear, algo sobre o qual não há absolutamente nenhuma evidência, exceto as alegações de Benjamin Netanyahu, um homem que não tem credibilidade alguma.

Pelo contrário, é um segredo aberto que Tel Aviv não tem um, mas dezenas desses dispositivos e, curiosamente, as agências internacionais que supervisionam essas questões nunca tentaram realizar uma inspeção em Israel, como fizeram tantas vezes no Irã sem encontrar nada.

Em tentativa vã de disfarçar suas ações brutais, Trump falou que não estava em guerra com o Irã, mas sim com seu programa nuclear.

Mas as autoridades em Teerã sempre disseram que esse programa tem objetivos estritamente civis e, repito, ninguém provou o contrário.

Trump tem razões para negar sua ação de guerra. Em meio à sua megalomania, ele sabe muito bem que violou a Constituição de seu país quando ordenou o ataque sem consultar o Congresso, o único órgão que pode autorizar a entrada da nação em um conflito armado.

Como disse a deputada democrata Alexandria Ocasio Cortez, todas as condições estão dadas para a destituição do presidente. A questão é: quem ousará fazer isso?

Alguns legisladores republicanos fizeram críticas tímidas ao presidente por uma ação contrária à democracia, mesmo à democracia de papel que existe nos EUA.

O mundo prende a respiração aguardando a resposta do Irã, que tem uma ampla gama de opções à disposição, incluindo fechar o Estreito de Ormuz e impedir a passagem de um quinto do petróleo que flui para ocidente.

Se isso acontecer, o preço do petróleo bruto disparará a níveis sem precedentes, e toda a economia mundial, começando pelos Estados Unidos, vai estremecer.

Vem bem a calhar aquela frase de Fouché, quem diante de uma brutalidade menor que esta disse: foi pior que um crime, foi uma estupidez.

 



Comentarios


Deja un comentario
Todos los campos son requeridos
No será publicado
captcha challenge
up