
Presidentes da Rússia,Vladímir Putin, e da China, Xi Jinping
Moscou, 08 de maio (RHC) Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, se reuniram no Kremlin na quinta-feira.
Putin agradeceu a Xi Jinping pela decisão de compartilhar com a Rússia a comemoração do 80º aniversário da vitória das forças soviéticas contra a Alemanha nazista.
No encontro, destacaram que os governos russo e chinês estão trabalhando para implementar o conjunto completo de acordos bilaterais.
Putin comentou que ficaria feliz em visitar a China para comemorar o aniversário da vitória sobre o Japão militarista.
Xi Jinping destacou o desenvolvimento dos laços entre Moscou e Pequim ao longo dos anos, lembrando a cooperação entre seus exércitos na luta contra os nazistas e os militaristas japoneses.
"A grande amizade de nossos povos foi forjada no fogo e cimentada no sangue", declarou o líder chinês após sua reunião no Kremlin com seu colega russo.
Xi Jinping ressaltou que a Rússia é o país que visitou mais vezes como presidente da China e que esta é sua décima primeira viagem. "A última vez que tive a oportunidade de participar dessas comemorações [do Dia da Vitória] foi há exatamente 10 anos", recordou.
Levando em conta as mudanças históricas e de época globais, é necessário seguir "o caminho certo", desenvolvendo as relações bilaterais e a sociedade humana, afirmou Xi.
Da mesma forma, detalhou a importância de fortalecer devidamente a interação abrangente e contribuir cada vez mais para o desenvolvimento e a prosperidade da China e da Rússia, defendendo a justiça e a equidade internacionais. "É importante que permaneçamos amigos confiáveis para sempre no espírito de amizade temperada", enfatizou.
"Desenvolvemos nossos laços para o benefício dos povos de ambos os países e não contra ninguém. Nossa relação é igualitária, mutuamente proveitosa e permanente", enfatizou Vladimir Putin.
Durante a reunião, Putin enfatizou que a "locomotiva" das relações entre Pequim e Moscou é o setor de energia. E acrescentou que a Rússia ocupa o primeiro lugar no fornecimento de gás por gasoduto, o segundo lugar nas exportações de carvão e o terceiro lugar no gás natural liquefeito (GNL).
Putin falou que "junto com os amigos chineses, a Rússia se mantém firme na preservação da verdade histórica", protegendo a memória dos eventos dos anos de guerra e combatendo as manifestações modernas de neonazismo e militarismo.
Por sua vez, o líder chinês observou que os laços com a Rússia são "uma opção obrigatória para alcançar novos sucessos na prosperidade de ambos os países" e "respondem ao chamado de nosso tempo para defender a justiça internacional".
O presidente chinês disse que "hoje, diante das tendências negativas, das ações unilaterais e dos ditames do poder no mundo, a China, juntamente com a Rússia, está pronta para assumir uma responsabilidade especial como grande potência mundial" e "defender com senso de dever e coragem a verdade sobre a história da Segunda Guerra Mundial". Pequim também está pronta para proteger os interesses e direitos de ambos os países e de todas as nações em desenvolvimento, disse Xi.
Anteriormente, o Ministério das Relações Exteriores da China tinha informado que, durante sua estadia, Xi manterá "comunicação estratégica" com Putin sobre o desenvolvimento das relações entre as duas nações e abordará importantes questões internacionais e regionais. Ao mesmo tempo, o ministério observou que Xi participará das comemorações pela vitória sobre o fascismo e a celebração do 80º aniversário da conquista soviética será um "elemento importante" de sua visita.
China e Rússia assinarão novo acordo de investimento de US$ 200 bilhões
O presidente russo Vladimir Putin anunciou que novo acordo de promoção de investimentos e defesa será assinado como parte das negociações com seu colega chinês Xi Jinping.
Na abertura da reunião ampliada no Kremlin, Putin estimou em mais de US$ 200 bilhões o montante de projetos de investimento administrados pela comissão intergovernamental.
E expressou sua convicção de que o acordo contribuirá positivamente para a criação de uma atmosfera "mais favorável" e será "um importante impulso" para o desenvolvimento da cooperação econômica.
Somente no porto de Vladivostok, capital do Extremo Oriente russo, as empresas chinesas estão envolvidas em 63 projetos conjuntos, ressaltou.
Putin enfatizou que o comércio atual, que totalizou quase 245 bilhões de dólares no ano passado, “não é nem de longe” o teto para os dois países.
Da mesma forma, garantiu que o Kremlin saúda a transferência das fábricas de automóveis chinesas para o território russo.
"Rússia se tornou o principal importador mundial de carros chineses", explicou.
Putin reconheceu que a energia é "o carro-chefe das relações". Não é coincidência o fato de que "no ano passado, a Rússia não apenas liderou as exportações de petróleo para a China, mas também ficou em primeiro lugar no fornecimento de gás".
Ele também anunciou novos projetos de energia, como o lançamento, em 2027, de um gasoduto no Extremo Oriente russo que abastecerá os consumidores chineses com até 10 bilhões de metros cúbicos de gás (Fonte: Cubadebate).