Meio século se passou, não obstante milhares de cubanos, muitos já aposentados, lembram a Operação Carlota, o início da missão militar internacionalista em Angola, no 50º aniversário daquele acontecimento.
Em Luanda, também recordaram com gratidão a longa resistência e a coragem dos cubanos, que atenderam ao chamado do governo recém-independente de Angola para garantir a integridade de um território cercado pelas forças do regime racista sul-africano com o apoio de grupos fantoches locais.
Após um período de resistência e uma ofensiva de libertação, cubanos, angolanos e insurgentes namibianos desferiram um golpe na África do Sul que pôs fim ao apartheid.
Por sua vez, Namíbia conquistou sua independência, em uma série de eventos que transformaram a história da África. Mais de 300.000 cubanos serviram em Angola por um período de quase 16 anos, apesar da distância de mais de 11.000 quilômetros.
Muitos deles participaram da defesa de Cabinda em 1975, dos combates contra o agressor em Quifangondo, das batalhas na fronteira sul e da decisiva vitória em Cangamba, em agosto de 1983.
Os cubanos foram para Angola porque sua soberania e independência estavam ameaçadas após um século de exploração portuguesa, e voltaram de lá apenas com os restos mortais de seus soldados caídos.
Além desse evento, comemorado tanto em Havana, quanto em Luanda, vale destacar também as cinco décadas de cooperação entre Cuba e Angola.
O embaixador angolano em Cuba, Carlos Cruz de Lemos Sardinha Dias, declarou ao jornal Granma que estão organizando atividades na Ilha da Juventude, onde muitos jovens angolanos estudaram e se formaram.
Hoje, eles são ministros, governadores e ocupam cargos de responsabilidade em Angola, observou o diplomata enfatizando: “Não nos esquecemos de Cuba”.
O presidente angolano, João Lourenço, destacou recentemente em Luanda o que descreveu como a formação massiva de jovens angolanos em Cuba, tanto na área civil quanto militar, enquanto dirigentes locais recebiam capacitação.
Como exemplo da cooperação, citou o trabalho de educadores e profissionais da saúde, bem como de especialistas na área de economia cumprindo missões civis.
Meio século depois da Operação Carlota, os cubanos reafirmam seu compromisso com a solidariedade.
