Como tinham prognosticado as pesquisas, Jeannette Jara, candidata de esquerda e progressista, e José Antonio Kast, do Partido Republicano (de extrema-direita), são os dois candidatos que disputarão a presidência do Chile em dezembro.
Nas eleições de domingo, em que 15,7 milhões de eleitores foram convocados a votar, Jara venceu com 26,85% dos votos, seguida por Kast com 23,93%, ambos longe dos 50% mais um necessários para vencer no primeiro turno.
“Hoje começa uma nova eleição”, disse a candidata apoiada pelo governo, acrescentando que o segundo turno terá dois concorrentes com visões muito diferentes para o país: progressismo versus extrema-direita.
Jara, de 51 anos, é natural de El Cortijo, um bairro pobre do distrito de Conchalí, na zona norte da capital.
Ela foi presidente da Federação Estudantil da Universidade de Santiago, líder sindical e membro da Juventude Comunista desde os 14 anos. Em 1999, filiou-se ao Partido Comunista, que a indicou como candidata à presidência. Posteriormente, distanciou-se das posições históricas do partido e chegou a anunciar a possibilidade de “suspender”, “congelar” ou “renunciar” à sua filiação caso fosse eleita.
No governo atual, atuou como ministra do Trabalho e da Previdência Social e garantiu a aprovação de importantes leis, como o aumento do salário mínimo, a redução gradual da jornada de trabalho de 45 para 40 horas semanais e a reforma para aumentar as aposentadorias.
Seu rival, José Antonio Kast, 59 anos, é advogado e político de origem alemã, foi vereador e deputado, e concorre à presidência pela terceira vez.
Kast defende uma postura de “tolerância zero” com o crime, propondo a construção de muros e trincheiras ao longo das fronteiras para impedir a entrada de imigrantes, bem como a construção de prisões semelhantes às de El Salvador.
O candidato republicano propõe reduzir o papel do Estado e prevê um corte de US$ 6 bilhões nos gastos governamentais durante seus primeiros 18 meses de mandato.
Kast já recebeu o apoio de Johannes Kaiser, candidato do Partido Nacional Libertário (PLL), de extrema-direita, e de Evelyn Matthei, representante da direita tradicional, que ficaram em quarto e quinto lugar, respectivamente, com 13,94% e 12,47% dos votos.
A surpresa da noite veio de Franco Parisi, do Partido Popular (PP), de centro-direita, que terminou em terceiro lugar, contrariando todas as previsões.
Fonte: Prensa Latina
