A infância perdida do Oriente Médio

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2018-02-07 11:56:26

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O Fundo das Nações para a Infância informou de que o mês de janeiro de 2018 foi sangrento para as vítimas dos conflitos armados.

Por Guillermo Alvarado

Em dramática chamada à consciência da comunidade internacional, o Fundo das Nações para a Infância – UNICEF – informou de que o mês de janeiro de 2018 foi especialmente sangrento para as crianças vítimas dos conflitos armados na região do Oriente Médio e do norte da África.

UNICEF revela que 83 crianças morreram em conseqüência do endurecimento da violência na Síria, Iraque, Iêmen e os territórios palestinos ocupados por Israel.

Geert Cappelaere, diretor regional do UNICEF explicou tratar-se de menores que pagaram o preço mais alto por conflitos sobre os quais não têm nenhuma responsabilidade.

Em comunicado, o funcionário detalha que 59 pereceram em janeiro, na Síria, e 16 no Iêmen. Enquanto que na Líbia - onde reina o caos desde a intervenção de potências ocidentais que enviaram o país mais estável do continente africano de volta à Idade Média - morreram seis crianças, três delas em atentado suicida e o resto enquanto brincava perto de artefatos explosivos.

As outras mortes ocorreram no Iraque e na Cisjordânia. Um dos casos mais dramáticos aconteceu no Líbano, onde quatro crianças que acompanhavam refugiados morreram de frio durante uma tempestade.

Todos os casos são lastimáveis. Esses seres não puderam crescer por culpa da voracidade de países ocidentais e regimes locais, que não hesitam em sacrificar vidas inocentes para atingir seus propósitos.

O comunicado do escritório do UNICEF assegura que não são centenas, nem milhares, e sim milhões de crianças no Oriente Médio e no norte da África cuja infância foi roubada, que foram aleijadas, traumatizadas, capturadas e privadas de seus e direitos básicos à saúde, moradia e educação e até de brincar.

Nestes dias, a ONU condenou a decisão de Israel de destruir uma escola palestina em territórios ocupados sob o pretexto de que não cumpria os regulamentos arbitrários e caprichosos que Israel estabelece nessas zonas.

Para lá das inúmeras mortes de crianças em conseqüência dos conflitos armados, há milhões que sobrevivem no meio de grandes limitações devido à destruição da infraestrutura, a insegurança ou o deslocamento dos que se veem obrigados a fugir com suas famílias escapando dos incontáveis perigos.

UNICEF assinala que o denominador comum das crianças e jovens em Gaza, Iraque, Síria ou Líbano é o medo que altera suas vidas e não lhes permite sequer imaginar um futuro sem guerra.

Só no Iraque, os deslocados pela guerra imposta por EUA desde 2003 somam quatro milhões sendo a metade deles menor de idade; muitos perderam seus pais e irmãos e não tem um adulto que cuide deles.

Sem dúvida, concentram-se esforços para atenuar a situação, porém é óbvio que os programas de apoio psicossocial são insuficientes para atender a tantos pequenos, cujas vidas serão marcadas para sempre por um drama que se estende a cada dia ante o silêncio dos grandes meios e a indiferença da comunidade mundial, cega e surda diante de tanta dor e miséria.


 



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