Eleições salvadorenhas às vésperas

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2019-01-29 10:34:29

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Por: Guillermo Alvarado

O calendário eleitoral latino-americano abre neste ano em El Salvador, onde em três fevereiro os cidadãos vão poder eleger seu próximo Presidente. Nesse dia, o governo da nação mais pequena da América Central poderia passar às mãos da direita.

As pesquisas de opinião indicam que a Frente Farabundo Martí para a Libertação Nacional, hoje no poder, se mantém no terceiro lugar na intenção de voto, bem longe dos líderes: a conservadora GANA - Grande Aliança pela Unidade Nacional e a ARENA - Aliança Republicana Nacionalista, de extrema-direita.

A Frente sofreu uma dura derrota nas eleições municipais e legislativas do ano passado. Embora seu candidato, o ex-chanceler Hugo Martínez, tenha notável prestígio e recebera forte apoio nos comícios de campanha, é muito provável que fique fora do páreo. Se prevê uma luta entre a GANA, cujo candidato é o ex-prefeito de San Salvador, Nayib Bukele, e a ARENA, com o multimilionário Carlos Calleja.

Bukele pertencia à Frente quando ocupou a Prefeitura da capital salvadorenha, mas foi expulso da organização após uma série de disputas internas em torno de suas aspirações de ser escolhido para concorrer à Presidência. Isso gerou uma importante fratura entre os militantes.

Depois disso, ele tentou formar uma partido próprio, mas não conseguiu que fosse aprovada sua inscrição no registro eleitoral. Então, decidiu participar como cabeça de chapa pela GANA e agora é apresentado como alternativa entre a esquerda e a direita. A agência Gallup mostra que tem 57% na intenção de voto. Se for mantida essa tendência, poderia ganhar no primeiro turno.

Por sua vez, Calleja, dono de uma importante rede de supermercados, é o aspirante pela ARENA, representante da extrema-direita em El Salvador. Essa organização tem sido muito golpeada por vários escândalos de corrupção que envolvem seus principais dirigentes.

A não ser que ocorra uma surpresa em três de fevereiro, se espera que Bukele e Calleja passem ao segundo turno. Isso significaria o fim dos governos progressistas da Frente Farabundo Martí e um novo recuo em nível regional.

Além da violência crescente, a pequena nação centro-americana enfrenta problemas econômicos sérios, alguns em consequência do Tratado de Livre Comércio da região com os EUA, e outros gerados pelo fluxo migratório que esvaziou a zona rural e prejudicou a agricultura, principal sustento do país. As remessas dos migrantes é muito importante e constitui a principal fonte de renda de muitas famílias salvadorenhas, porém, em geral são usadas para o consumo e não para abrir pequenas ou médias empresas.

Resta esperar pelo que possa acontecer nas eleições presidenciais de três de fevereiro, uma nação que apesar de seu reduzido tamanho tem tido um grande peso na história dessa região.



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