Continua crise política espanhola

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2019-09-25 11:05:10

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G. Alvarado

Ao não conseguir o PSOE - Partido Socialista Operário Espanhol formar novo governo, foram marcadas novas eleições no país europeu para o dia 10 de novembro, em busca de uma saída à prolongada crise política.

Serão os segundos pleitos em 2019 e os quartos nos últimos quatro anos, o que mostra a falta de um partido capaz de convocar os cidadãos e obter um mandato claro.

Nas eleições realizadas em 28 de abril passado o PSOE, liderado por Pedro Sánchez, obteve uma relativa maioria de 123 deputados. Seu rival mais próximo, o Partido Popular PP somou 66,  Ciudadanos 57 e a coalizão Unidas Podemos 42.

O partido da extrema-direita VOX era uma das incógnitas. Finalmente só conseguiu 10 deputados, muito aquém dos prognósticos.

De qualquer maneira, Sánchez tinha ficado bastante longe dos 176 deputados que constituem a maioria absoluta para governar sozinho, o que o obrigou a buscar uma aliança, da que seriam excluídos de imediato o Partido Popular e Ciudadanos.

Os partidários do PSOE rejeitaram categoricamente um governo de coalizão com a direita, portanto, desde o começo, as opções foram muito reduzidas.

Pedro Sánchez não conseguiu negociar com Unidas Podemos e outros grupos políticos, como Esquerda Republicana, da Catalunha, e o Partido Nacionalista Basco, porque suas ofertas sempre foram muito esquisitas: pedia votos dos deputados desses partidos, mas se recusava a dar-lhes postos importantes num eventual governo.

Isto equivalia pedir um cheque em branco, ou, pelo menos, esquecer um princípio desse tipo de sistema: na política não tem almoço grátis.

Agora, tem um problema sério: algumas pesquisas de opinião feitas quando tudo pressagiava a convocação a novas eleições assinalam que as coisas não vão mudar muito até então.

Uma enquete realizada de 2 a 9 de setembro revela que o PSOE subiria em 14 deputados, Ciudadanos perderia 12, o Partido Popular aumentaria em 16 e a Unidas Podemos ficaria com sete menos. Apesar desses prognósticos, que não são outra coisa senão prognósticos, o problema de fundo é o mesmo, porquanto as alianças continuam sendo necessárias para que haja um novo governo na Espanha.

Entrementes, os problemas continuam se juntando, inclusive o veredicto contra os independentistas catalães. O ditame judicial será pronunciado no final deste mês e poderá ter um impacto forte naquela região autônoma.

Quanto tempo mais suportará a Espanha esta crise política? É imprevisível, mas uma solução definitiva e realista não parece estar nas eleições de 10 de novembro, a não ser que haja uma mudança radical em prazo tão curto.

 



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