Farinha do mesmo saco

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-03-16 20:11:34

Pinterest
Telegram
Linkedin
WhatsApp

Por: Guillermo Alvarado

A desacreditada OEA – Organização de Estados Americanos – não hesitou em defender a ex-presidente golpista da Bolívia, Jeanine Áñez, presa juntamente com seus cúmplices faz alguns dia atrás por delitos de sedição, terrorismo e conspiração.

Um comunicado do também chamado “ministério de colônias de Washington” afirma que essas pessoas deveriam ser colocadas em liberdade “até contarem com processos e mecanismos imparciais para determinar suas responsabilidades”.

E tem mais. O texto realça que a OEA toma nota “ante o abuso de mecanismos judiciais que se transformaram de novo em instrumentos repressivos do partido de Governo”.

Esses senhores, chefiados pelo tristemente célebre Luis Almagro, onde vivem?

Ocorre que os “processos e mecanismos imparciais” já existem, estão incluídos nas leis da Bolívia, que, faz poucos meses, tornou a ser uma nação ordenada jurídica e institucionalmente, onde reina a tradicional separação de poderes que caracterizam um Estado normal.

Quando não havia processos e mecanismos imparciais? Durante o governo golpista! 

Por acaso pensam na OEA que ninguém se lembra mais dos massacres de Senkata e Casaba, onde se violaram as leis e os direitos humanos e houve civis mortos e feridos devido ao uso desmedido da força.

Ao ser dado o golpe de Estado, se ignoraram vários artigos da Constituição da Bolívia. E a posse de Áñez foi um ato irregular, dirigido pelas Forças Armadas e não pelo organismo legislativo como mandam as leis desse país.

À diferença do acontecido durante o governo golpista, a detenção de Jeanine Áñez cumpriu todos os passos legais estabelecidos, não foi contrária à lei, porque havia ordem de prisão prévia, não houve maus-tratos e ela nem sequer foi algemada, como mostram as imagens.

Os delitos que cometeu estão tipificados no Código Penal.

Almagro nunca se preocupou com o destino de Evo Morles, perseguido com sanha pelos autores do golpe, nem condenou o afastamento dos ex-presidentes Fernando Lugo, do Paraguai, e Dilma Rousseff, do Brasil.

Contudo, se aflige por Jeanine Áñez. Provavelmente porque ambos são farinha do mesmo saco.



Comentários


Deixe um comentário
Todos os campos são requeridos
Não será publicado
captcha challenge
up