Expansão das milícias no Rio de Janeiro

Editado por Lorena Viñas Rodríguez
2021-05-04 20:30:26

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La gestion de la pandémie par le gouvernement de Jair Bolsonaro est largement critiquée au Brésil.
Photo: Prensa Latina

Guillermo Alvarado

Um estudo feito por duas universidades brasileiras adverte sobre a expansão na cidade do Rio de Janeiro e zonas metropolitanas das milícias, que são verdadeiros exércitos nas sombras.

O documento foi preparado pela Universidade Federal Fluminense em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro e explica como se formou um poder oculto, implacável, que domina a vida de milhões de pessoas com a cumplicidade, ou indiferença das autoridades.

A informação foi publicada em janeiro passado, mas adquire relevância na imprensa internacional depois das recentes ameaças do presidente Jair Bolsonaro de militarizar o país se os governadores insistirem em restringir o movimento das pessoas para conter a Covid-19.

Faz alguns dias, grupos de pessoas saíram às ruas, sem nenhuma proteção, para proclamar seu apoio ao presidente na suposta cruzada pela liberdade de movimento, que é a principal causa de que o Brasil esteja à beira do colapso pela crise sanitária.

Perto de 15 milhões de contagiados e mais de 400 mil mortos. Este é o resultado da teimosia de Bolsonaro.

Muitos dos que protestaram no Rio de Janeiro são membros das milícias, formadas por ex-policiais ou militares, bombeiros, suboficiais das forças armadas, malfeitores e traficantes de drogas.

Esses grupos ganham dinheiro de diferentes maneiras. Por exemplo, vendem sua proteção a comércios pequenos e médios que são obrigados a aceitar, e controlam os serviços essenciais nas favelas, como água, luz, gás e transporte.

Porém, a maior fatia de suas rendas provém do controle do mercado imobiliário. Na zona oeste da cidade e em vários municípios da área metropolitana, esses grupos se apropriaram de muitas terras e são os que manejam a construção, o aluguel e a venda de imóveis.

Os autores da pesquisa assinalam que a vereadora Merielle Franco foi assassinada porque combateu esses negócios sujos.

Para ter e manter esse poder, as milícias contam com o apoio de inúmeros políticos, deputados e vereadores, mas o mais importante é que gozam da simpatia do presidente Bolsonaro.

A pesquisa menciona a plataforma digital Pista News, onde se garante que as milícias controlam 56,8 por cento do território da cidade do Rio de Janeiro, onde 2,18 milhões de pessoas, um terço da população total, vivem sob o domínio armado desses grupos.

Um câncer perigoso que poderia se expandir pelo país todo.

 

 



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