Adeus à paz?

Editado por Irene Fait
2022-05-18 17:09:52

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Adeus à paz?

Por Guillermo Alvarado

Poucas vezes na história a humanidade foi testemunha de uma corrida tão frenética rumo à guerra. Há uma espécie de histeria pela ampliação e a consolidação de estruturas militares após o conflito no leste europeu.

Sem dúvida, são tempos de mel e vinho para as multinacionais que fabricam e vendem armas, equipamentos, veículos, mísseis e bombas, tudo que a nossa espécie inventou para eliminar seus semelhantes.

As noticias mais recentes são desencorajadoras. Dois países, Suécia e Finlândia, que sempre mantiveram uma política de neutralidade, inclusive de apoio à paz, pediram formalmente sua entrada na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

Todos sabem que a OTAN pouco tem a ver com a defesa e muito, talvez demais, com a agressão como medida de dissuasão. Os povos da ex-Iugoslávia sabem disso muito bem, foram vítimas de bombardeios demolidores.

A Líbia, outrora o país mais próspero da África, recuou à Idade Média após os ataques da OTAN.

É uma espécie de clube da morte, ao qual decidiram aderir duas nações que se consideram civilizadas, cultas e progressistas..

O pior é que estão entusiasmadas com sua decisão. O presidente da Finlândia, Sauli Niinisto disse, com emoção, numa coletiva de imprensa conjunta com a primeira-ministra Sana Marin, que era um dia histórico, começava uma nova era.

Suponho que o presidente está ciente de que se refere concretamente à era da extinção.

A primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, falou que a adesão à OTAN é o melhor para seu país e sua segurança. Ou seja, suprime de uma tacada mais de dois séculos de história nos quais a Suécia não fez nenhuma aliança militar.

É preciso ser ingênuo para pensar que se pode fazer parte da OTAN sem manchar as mãos de sangue, mais cedo ou mais tarde, ou impedir que seu solo seja utilizado de base militar ou depósito de armas nucleares.

Ao se abrirem as portas do inferno, há poucas possibilidades de fechá-las outra vez, porque se entregou o mais importante para um povo: a capacidade de decidir por vontade própria seu destino e, eventualmente, o de seus vizinhos.



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