O grande desafio

Editado por Irene Fait
2022-05-31 17:30:46

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Gustavo Petro

Por Guillermo Alvarado

Como se esperava, o candidato à presidência da Colômbia pelo Pacto Histórico, Gustavo Petro, disputará o 2º turno das eleições contra um rival inesperado: o empresário Rodolfo Hernández, que já está recebendo o apoio das forças de direita neoliberais e conservadoras.

O 2º turno acontecerá em 19 de junho, portanto, os candidatos estão novamente em campanha em busca dos votos indispensáveis. São duas visões e programas totalmente opostos em uma pugna na que se intrometem os interesses geopolíticos e estratégicos dos EUA.

O fator chave para o desenvolvimento da Colômbia é a consolidação da paz com justiça social. Conter os grupos paramilitares ligados ao tráfico de drogas e aos latifundiários é sacudir a nociva tutela da potência do norte.

A Colômbia sempre tem sido um obscuro desejo dos EUA, tanto por sua posição quanto por ser a porta de entrada ao sul do continente, com costas banhadas pelo mar Caribe e o oceano Pacífico, e um grande produtor e exportador de drogas para o norte.

Sem falar, em sua extensa fronteira com a Venezuela, cujas reservas de petróleo, hoje propriedade do povo, aceleram as batidas do coração da Casa Branca.

É verdade que por razões técnicas, o “olvido” do então presidente Álvaro Uribe de pedir autorização do Congresso, fez com que fracassasse o plano de estabelecer sete bases militares em lugares escolhidos a dedo em terra colombiana, mas isso não significa que não haja presença armada estrangeira naquele país.

Simplesmente, mudaram de estratégia. Das grandes instalações previstas em Palanquero, Apiay, Bahia Málag, Tolemaida, Malambo, Larandia e Cartagena, passaram a estabelecer “quase-bases”, segundo o intelectual Sebastián Bitar; chamavam menos a atenção e eram muito mais operativas.

A coisa funciona assim: militares norte-americanos e mercenários, os chamados “contratistas”, entram em pequenos grupos para realizar determinadas tarefas. Dispensam complicados contratos, portanto, não precisam da fiscalização, nem da aprovação do Congresso e tratam de não deixar vestígios.

Por exemplo, a rede de radares com a qual o Pentágono cobre a maior parte da Colômbia e controla o tráfego aéreo na América do Sul são operados por especialistas ianques.

Podem ser vistos também nas minas, pontes, refinadoras e noutras obras, onde trabalham como assessores ou contratistas, segundo explica o pesquisador Renán Vega.

Uma tarefa extraordinária aguardará Gustavo Petro se for eleito presidente da Colômbia. Terá de enfrentar os interesses da primeira potência mundial se quiser pôr em prática seu projeto de país.



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