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Maria Josefina Arce

Cuba dá as boas-vindas aos chefes de Estado e de Governo e às delegações dos países membros do Grupo dos 77, bem como aos líderes de organizações internacionais que viajaram a Havana para participar da Cúpula do mecanismo de consulta, descrito como estratégico para avançar na defesa dos direitos dos povos do Sul.

A ampla participação, que inclui o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, é prova do interesse na reunião convocada pela nação caribenha, que busca debater os desafios atuais que as nações do Sul enfrentam em termos de desenvolvimento.

Porém, é também é um sinal de confiança e respeito pela liderança de Cuba à frente desse bloco, uma responsabilidade que assumiu com grande empenho em janeiro deste ano, momento a partir do qual desenvolveu intensa atividade.

De acordo com o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, esta será uma cúpula austera, devido às difíceis condições econômicas impostas pelo bloqueio dos EUA, mas isso não impedirá um debate profundo e de alto nível sobre questões fundamentais.

Sob lema "Os desafios atuais do desenvolvimento: o papel da ciência, tecnologia e inovação", o evento promoverá estratégias de cooperação conjunta nessas esferas, que são vitais para o progresso das nações em desenvolvimento.

Nações que, como afirmou o presidente cubano Miguel Díaz-Canel, não têm acesso à ciência e à tecnologia, o que promove uma ordem injusta e agrava a marginalização socioeconômica.

A ciência, a tecnologia e a inovação são elementos essenciais para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que vão desde a erradicação da fome e a proteção do planeta até a garantia de prosperidade para todos.

A reunião de Havana é um espaço de consulta que antecede a Cúpula Global sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que será realizada nos dias 18 e 19 de setembro na sede da ONU em Nova York.

Para o coordenador residente do sistema das Nações Unidas em Cuba, Francisco Pichón, este encontro será, sem dúvida, uma contribuição importante no caminho para recuperar o tempo perdido na consecução desses objetivos.

O Grupo dos 77, formado por dois terços dos Estados membros da ONU, é uma voz muito importante do Sul, sem a qual não se pode chegar a  consensos internacionais.

 A Cúpula de Havana é mais um passo para fortalecer a unidade e o consenso a fim de eliminar as desigualdades existentes que negam o desenvolvimento a esses Estados, historicamente explorados e vítimas de uma ordem econômica internacional injusta e insustentável.