Fracassa nova tentativa de tirar ex-ditador peruano da prisão

Editado por Irene Fait
2023-12-04 17:12:36

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Alberto Fujimori

Por Maria Josefina Arce

A família Fujimori, que marcou a vida política do Peru nas últimas décadas, continua a gerar manchetes. A notícia agora é que foi suspensa momentaneamente a possível soltura do ex-ditador Alberto Fujimori, que está cumprindo uma sentença de 25 anos de prisão por crimes contra a humanidade.

Um juiz do Primeiro Tribunal de Ica não admitiu a decisão do Tribunal Constitucional que solicitava o restabelecimento do polêmico indulto concedido ao ex-presidente em dezembro de 2017 pelo então presidente Pedro Pablo Kuczynski e que tinha provocado inúmeros protestos no país.

Vários setores peruanos apontaram, na época, que Kuczynski havia concedido o indulto a Fujimori em troca de receber os votos do hoje ex-legislador Kenji Fujimori, filho do ex-ditador, para superar um processo de vacância que enfrentava no Congresso.

No entanto, no ano seguinte, a Suprema Corte peruana anulou a medida em favor de Fujimori, que foi responsável pelos massacres de Barrios Altos em 1991 e La Cantuta em 1992.

Quinze pessoas foram mortas em Barrios Altos e 10 em La Cantuta por membros do chamado Grupo Colina, agentes do Serviço de Inteligência do Exército responsáveis por execuções extrajudiciais.

Em abril de 2022, a Corte Interamericana de Direitos Humanos, à qual o Peru pertence, também decidiu contra a libertação de Fujimori da prisão.

Essa foi uma nova tentativa de tirar o ex-governante da prisão, pois no início de novembro a Terceira Câmara Constitucional de Lima já havia declarado inadmissível o recurso que solicitava a restituição do indulto.

Mas Fujimori não é o único membro da família que aparece nas notícias atualmente. Sua filha Keiko, líder da Força Popular de direita, é acusada de lavagem de dinheiro em detrimento do Estado.

Já em 2021, o Ministério Público havia pedido 30 anos de prisão para a então candidata presidencial pela terceira vez, que concorreu às eleições de 2021 e acabou derrotada no segundo turno por Pedro Castillo, afastado por um golpe de Estado em dezembro do ano seguinte.

Keiko é acusada de receber dinheiro da polêmica construtora brasileira Odebrecht para sua campanha presidencial de 2011 e também, para o mesmo fim, de empresários peruanos em 2011 e 2016.

Graves violações de direitos humanos, autoritarismo, suborno e chantagem cercam a família do ex-ditador peruano desde sua aparição no cenário político, na década de 1990.



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