O polêmico mandato de Giammattei chega ao fim

Editado por Irene Fait
2024-01-15 18:55:59

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Por Maria Josefina Arce

A Guatemala viveu um dia tenso no domingo, quando manobras desestabilizadoras de última hora atrasaram a posse de Bernardo Arévalo, mas, finalmente, o mandato de Alejandro Giammattei, um dos presidentes mais mal avaliados da América Latina durante seus quatro anos no cargo, chegou ao fim. Ele terminou com um índice de aprovação de menos de 10%.

Sua presidência está ligada à má gestão da COVID 19, ao aumento da pobreza, ao enfraquecimento da democracia e ao aprofundamento da corrupção, um dos males que ele tinha prometido combater em sua campanha eleitoral.

Em 2022, seu governo foi classificado como um dos quatro mais corruptos das Américas, de acordo com a organização Transparência Internacional, com sede em Berlim.

Giammattei, que antes de 2020 teve três tentativas fracassadas de chegar à presidência, favoreceu as pessoas próximas a ele. Ele não hesitou em usar dinheiro público para fortalecer sua posição e a de seus aliados.

Durante seu governo, dezenas de jornalistas, promotores e juízes que haviam investigado esquemas de corrupção, foram forçados a deixar o país, e uns oito promotores anticorrupção acabaram presos.

Ele não se desvinculou do criticado Ministério Público. Pelo contrário, manteve Consuelo Porras em seu cargo de Procuradora Geral, que foi altamente questionada por perseguir Bernardo Arévalo, que até o último instante teve de enfrentar manobras contra ele. Com 10 horas de atraso, conseguiu, finalmente, tomar posse como novo presidente da Guatemala. Ele tinha vencido as eleições gerais do ano passado com cerca de 60% dos votos.

Além da deterioração das instituições da nação centro-americana, os índices de pobreza estão aumentando. Atualmente, seis em dez guatemaltecos vivem na pobreza.

Um dos principais problemas do país, a desnutrição infantil, não recebeu atenção do governo de Giammmatei, que congelou os gastos da Secretaria de Segurança Alimentar. De acordo com dados oficiais, uma em cada duas crianças com menos de cinco anos sofre de desnutrição.

Com relação à segurança no país, em 2022, a taxa de homicídios subiu a 17 para cada 100.000 cidadãos, a mais alta em 15 anos.

Giammattei deixa o país pior do que há quatro anos. Arévalo  deve enfrentar esta situação e, além de governar com um Congresso de maioria de direita, terá de lidar com o polêmico Procurador-Geral, um dos arquitetos da perseguição contra ele e seu Movimento Semilla (Semente).



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